Estado de Minas (Brazil)

Bike: mais disposição e agilidade

Pesquisa feita pelos cientistas da Universida­de Dartmouth, nos EUA, revela que usar a bicicleta para ir ao trabalho reduz quadros de estresse e aumenta a produtivid­ade

- JOANA GONTIJO

Além de fazer bem para a saúde física e do planeta, andar de bicicleta também pode melhorar a produtivid­ade daqueles que se locomovem dessa forma até o trabalho. É o que revela nova pesquisa realizada pela Universida­de Dartmouth, nos Estados Unidos. O estudo foi feito antes da chegada da pandemia, quando a ida presencial à atividade profission­al ainda era possível. Os cientistas acompanhar­am 275 americanos, grande parte deles atuantes no ramo da tecnologia.

A maioria dos participan­tes passava em torno de 40 a 60 minutos todas as manhãs dentro do carro, no trânsito, antes de chegar ao batente. Um outro número menor fazia esse deslocamen­to a pé ou de bicicleta.

Ficou constatado que a forma de locomoção impactou diretament­e no surgimento ou não de quadros de estresse entre os indivíduos acompanhad­os no levantamen­to, com influência na maneira como produziam ao longo do dia no trabalho. Quem optava pela caminhada ou pelo pedal tinha um início de dia mais tranquilo, com mais disposição e agilidade para cumprir as tarefas.

A psicóloga da iMEDato, Mônica Mafra, acredita que a iniciativa de ir a pé ou de bicicleta para o trabalho gera benefícios para a saúde de modo geral. "Pesquisas demonstram o impacto positivo na vida laboral dos trabalhado­res. Entre vários aspectos positivos, podemos dizer que o hábito de caminhar ou pedalar para o trabalho faz com que as pessoas tenham uma vida menos sedentária e, com isso, tenham ganhos em sua saúde física e mental", afirma.

O jornalista Gabriel Coelho Nascimento é um exemplo. Atualmente, costuma ir a pé para o serviço, que é próximo de casa. Mas quando o trabalho era mais distante, fazia o percurso de bicicleta. “Utilizo os dois meios de locomoção desde 2015, 2016, quando ainda estava na faculdade, sempre de acordo com a distância e o tempo em que preciso chegar. Acho muito mais prazeroso ir andando ou de bike para o serviço do que de qualquer outro meio de transporte", diz.

O ortopedist­a especializ­ado em coluna vertebral Daniel Oliveira, diretor do NOT, lembra que o início do dia nas cidades, no trânsito, muitas vezes com grande movimento e engarrafam­entos, para os motoristas ou aqueles que usam o transporte coletivo significa um longo período para chegar no destino pretendido. "Logo pela manhã, as pessoas estão preocupada­s e receosas em chegar com atraso em seus compromiss­os, e isso faz com que fiquem mais irritadas e estressada­s. Tudo o que sentimos também influencia diretament­e na forma como trabalhamo­s e produzimos", pondera.

Mônica Mafra ressalta que, em momentos de estresse, o corpo libera adrenalina e cortisol, o que causa sensação de medo, irritação e nervosismo. “Podemos dizer que, pela manhã, o trânsito pode, em algumas pessoas, de acordo com o momento de vida, desencadea­r algum desses sentimento­s, o que atrapalha, quase sempre, o restante do dia."

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JAHAMGEER BM/PEXELS Andar a pé ou sobre duas rodas, mesmo sem pensar na prática esportiva ou como atividade física, já libera certa dose de endorfina, o que, por si só, deixa o indivíduo mais bem-humorado e disposto
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ELLEN CASADONTE/DIVULGAÇÃO Segundo o ortopedist­a Daniel Oliveira, os benefícios são sentidos a curto, médio e longo prazos, a favor do envelhecim­ento mais saudável e longe de várias doenças crônicas

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