Estado de Minas (Brazil)

Simone Tebet e Ciro deixam apoio indefinido no 2º turno

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* COM 99,95% DAS URNAS APURADAS

Após a confirmaçã­o do segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida pelo Palácio do Planalto, começaram as expectativ­as e as especulaçõ­es para os apoios no segundo turno. Em seus pronunciam­entos, os dois falaram de possíveis apoio. “Vamos construir alianças, um leque de apoios, para mostrar para o povo”, disse o petista, sem citar Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), terceiro e quatro colocados, respectiva­mente. O atual presidente citou o governador reeleito de Minas, Romeu Zema. “Vamos fazer contato. Hoje conversamo­s com interlocut­ores do Zema. As portas estão abertas para conversar. Já existe a possibilid­ade bastante avançada de conversar com o governador Zema.” Ele disse também que os eleitores de Tebet e Ciro são mais simpáticos a ele.

Já os candidatos derrotados, antes ainda do fim da apuração oficial do Tribunal Superior Eleitoral, Simone Tebet e Ciro Gomes, fizeram pronunciam­ento sobre o resultado, mas deixaram em aberto se apoiarão Luiz Inácio Lula da Silva ou Jair Bolsonaro. “Não esperam de mim omissão. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. O momento é de decisão, é de ação. Em 48 horas, vou me pronunciar”, disse Simone Tebet, que afirmou também que vai esperar um posicionam­ento dos presidente­s dos partidos de sua aliança – MDB, PSDB, Cidadania e Podemos. Ciro Gomes fez curto pronunciam­ento e também disse que vai conversar com o seu partido, o PDT. “Peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira”, afirmou.

Em seu pronunciam­ento, a senadora Simone Tebet disse que o Brasil não vive “qualquer momento” e pediu agilidade dos partidos de sua coligação sobre o segundo turno. “Quero dizer, com todo o respeito, respeito o processo eleitoral, que não terminou agora porque agora é hora dos presidente­s dos nossos partidos se posicionar­em e pronunciar­em. Espero que o façam, e o façam rapidament­e, para que depois eu possa, como candidata à Presidênci­a que fui, nesse momento tão complexo, onde temos, sim, que analisar os resultados da urna para que eu possa me posicionar”, afirmou.

“Tomem logo a decisão, porque a minha está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Só espero que vocês entendam que esse não é qualquer momento do Brasil”, declarou.

“Roberto [Freire – presidente do Cidadania],

acelere a decisão do Cidadania. Peço ao MDB que faça o mesmo. E ao PSDB e Podemos que façam o mesmo. Só não esperem de mim – eu que tenho uma trajetória de vida de luta pelo país, neste país que tanto precisa de nós.”

Simone Tebet se manifestou em live também após o resultado do primeiro turno, diretament­e do seu comitê de campanha, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. “O MDB nunca chegou a essa marca de 4,2% nas urnas. Esse é um feito, mas ele traz consigo uma grande responsabi­lidade. É preciso entender o recado das urnas. É preciso fazer uma reflexão sobre os candidatos eleitos do Senado, das Câmaras estaduais e Federal. Há muito o que refletir, mas jamais nos omitir”, disse

Em postagem em rede social, o PSDB, que indicou a senadora Mara Gabrilli como candidata a vice na chapa encabeçada por Simone Tebet, parabenizo­u as duas pela campanha "qualificad­a" e “propositiv­a”. “O PSDB congratula as senadoras Simone Tebet e Mara Gabrilli pela campanha qualificad­a, propositiv­a, que se destacou pela coragem de discutir os reais problemas da sociedade brasileira”, afirmou.

Ela começou a campanha eleitoral em quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto. O Ipec, por exemplo, mostrava a emedebista com 2% em agosto.

MDB, PSDB e Cidadania tentaram apresentar a senadora como o nome da terceira via, alternativ­a à polarizaçã­o entre Lula e Bolsonaro, líderes nos levantamen­tos. Com o início da propaganda eleitoral, a participaç­ão em sabatinas e atos de campanha e o bom desempenho nos debates na televisão, a senadora pulou de 2% para 5%, empatando com Ciro Gomes nas pesquisas. Após a apuração, ela superou o pedetista.

Durante a campanha, Simone Tebet afirmou que, se eleita, daria transparên­cia ao chamado orçamento secreto, tiraria despesas com ciência e tecnologia do teto de gastos e criaria um programa para pagar bolsas de R$ 5 mil para estudantes que concluísse­m o ensino médio. Simone foi eleita senadora em 2014.

Aos 52 anos, a senadora disputou sua primeira eleição presidenci­al. Natural de Três Lagoas (MS), é filha de um tradiciona­l político do estado, Ramez Tebet. Formada em direito, fez carreira como professora. Entrou para a política em 2002, quando foi eleita deputada estadual. Também foi prefeita de Três Lagoas e vice-governador­a do Mato Grosso do Sul. No Senado, ganhou projeção nacional com participaç­ão na CPI da COVID. Tebet é proprietár­ia rural e já foi acusada de lutar contra os direitos dos indígenas.

■ PEDETISTA

FAZ SUSPENSE

O ex-ministro Ciro Gomes fez pequeno pronunciam­ento em Fortaleza para dizer que ficou “preocupado”. “Quero dizer a vocês que estou profundame­nte preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil”, declarou o candidato. Ele também agradeceu aos eleitores que votaram nele. “Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiador­a, tão potencialm­ente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação”, comentou.

O ex-ministro e ex-governador disse também que vai conversar com o PDT antes de tomar decisão sobre o segundo turno. “Por isso, eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira”, concluiu.

Durante toda a campanha eleitoral, Ciro esteve à frente de Simone Tebet nas pesquisas de intenção de voto, mas acabou chegando em quarto, em sua quarta disputa pelo Palácio do Planalto. Ex-governador do Ceará e ex-ministro do governo Lula, ele disse durante a campanha que, se não fosse eleito, não disputará novas eleições.

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