Decisão no segundo turno pela 7ª vez
ÍGOR
Pela sétima vez, em nove possíveis, as eleições presidenciais do Brasil serão decididas em segundo turno. A vantagem inicial obtida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ante Jair Bolsonaro (PL) tem sido uma garantia de vitória desde o fim da ditadura militar. Além de 1989, o fato também se repetiu em 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e agora, em 2022. As duas exceções foram nas eleições vencidas por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998.
Em 1989, Fernando Collor (PTB), então no PRN, terminou o primeiro turno com 30,5% e Lula, 17,2%. No resultado final, o político de Alagoas ampliou o número de votos para 53%, enquanto o petista ficou com 47%.
Treze anos depois, em 2002, Lula obteve 46,4% ante 23,2% de José Serra (PSDB). Já no segundo turno, os candidatos tiveram, respectivamente, 61,3% e 38,7%. Quatro anos depois, quando tentou a reeleição, o petista enfrentou Geraldo Alckmin (PSB), então no PSDB, que atualmente concorre como vice de sua chapa. Lula teve 48,6% e o tucano 41,6%. Entretanto, a diferença aumentou no pleito final, terminando em 61,3% a 39,2%.
Em 2010, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também venceu nos dois turnos contra Serra. No primeiro, 46,9% contra 32,6%. No segundo, 56,1% a 44%. Já em 2014, quando a petista disputou a reeleição contra Aécio Neves (PSDB), os votos obtidos no pleito inicial corresponderam a 41,6% e 33,6%, respectivamente. Ao final, Dilma venceu com 51,6% ante 48,4% do tucano.
Nas últimas eleições, em 2018, Bolsonaro registrou 46,03% e Fernando Haddad (PT) 29,28%. Já no segundo turno, o atual presidente foi eleito com 55,13% contra 44,87% do petista.
DESEMPENHO Enquanto Lula já perdeu no segundo turno, em 1989, contra Collor, Bolsonaro pode amargar a sua primeira derrota. Na época, o petista reduziu a diferença de 13,3% na primeira votação para 6% no resultado final. Já nas duas eleições em que venceu, em 2002 e 2006, o ex-presidente derrotou os tucanos com mais de 20% à frente.
Já Bolsonaro, em 2018, perdeu parte da vantagem que tinha contra Haddad entre os dois turnos da eleição. Enquanto o presidente obteve 9,1% a mais no primeiro embate, no segundo a diferença foi de 10,46%.
FIM DO MÊS Conforme o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o segundo turno está agendado para 30 de outubro. A disputa ocorre apenas para os cargos executivos, ou seja: presidente, governador e prefeito. No caso dos municípios, o pleito só é realizado em cidades com mais de 200 mil eleitores.
A possibilidade de dois turnos está prevista na Constituição por meio da maioria absoluta de votos, que integra o sistema eleitoral majoritário de dois turnos. Enquanto isso, o Senado tem eleição majoritária de turno único e os demais cargos, como deputados e vereadores, são eleitos pelo sistema proporcional.
A propaganda eleitoral gratuita volta a ser veiculada no rádio e na televisão de 7 a 28 de outubro. Além de Lula e Bolsonaro, os candidatos aos governos estaduais que disputam o segundo turno também terão direito ao horário e com o mesmo tempo de duração.