Para Moraes, sociedade mostrou “maturidade democrática”
As votações de ontem transcorreram com tranquilidade e mostram a confiança do eleitor no sistema eleitoral, avaliou ontem o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. “É a total transparência dos votos, como sempre foi. A maioria esmagadora da população acredita nas urnas, isso foi comprovado, mais uma vez, hoje (ontem). O aumento dos votos válidos demonstra essa confiança na Justiça Eleitoral. A sociedade brasileira mostrou sua grande maturidade democrática”, disse. Ele avalia, ainda, que o acirramento da disputa presidencial não deve impactar a confiança do eleitor.
A votação, segundo Moraes, apontou um crescimento de eleitoresnasurnasparavotarefetivamente. O primeiro turno teve o menor número de votos nulos ou brancos desde 2014. “Em 2018, tivemos 8,8% de votos nulos ou brancos. Hoje, foram contabilizados 4,20%. São aproximadamente7milhõesdepessoas a mais que compareceram para votar efetivamente”, avalia. “Talvez por serumaeleiçãoacirrada,polarizada, houvemaiorparticipaçãoefetivana escolha dos dirigentes. É diferente uma pessoa anular seu voto e escolher as cinco opções. Isso leva mais tempo”, disse. Já as abstenções mantiverammédiasemelhanteàdeeleições recentes, na ordem de 20,89%. Na avaliação de Moraes, essa é a principal justificativa para as longas filas nos locais de votação.
Apesar da demora das seções eleitorais, ele diz que não houve atraso na contabilização dos votos, especialmente pelo início simultâneo das votações às 8h (de Brasília) em todo o Brasil. “Nada que tenha saído das características normais de todas as eleições. A decisão de um horário único foi extremamente benéfica para a Justiça Eleitoral e para a rápida divulgação dos dados”, afirma. Ele lembra, ainda, que o segundo turno será um único voto ou dois em alguns municípios, o que contribui para diminuir o tempo de permanência nas seções eleitorais. Sobre os aparelhos eleitorais, Moraes diz que houve problemas pontuais causados pela biometria. “Em alguns casos, a biometria não estava pegando. Especialistas já apontam um prejuízo na identificação da digital por conta do uso de álcool em gel. Vamos analisar tudo isso, mas lembrando que esse é um projeto-piloto”, aponta.
Para o presidente do TSE, a medida preventiva que proibiu o uso de armas perto dos locais de votação foi importante, a aceitação da medida foi grande. O ministro ressalta que não existe justificativa para sair com armas em dias de eleições. “Eu já disse e repito: a arma do eleitor é o voto. Existem outros dias para as pessoas saírem com armas e praticar tiro”, completou Alexandre de Moraes. O órgão também irá manter a proibição do uso de celular na hora da votação.