Estado de Minas (Brazil)

Bolsonaris­ta Nikolas Ferreira é o mais votado do Brasil

Vereador de BH recebe quase 1,5 milhão de votos e será o grande cabo eleitoral do presidente em Minas, que elegeu uma representa­nte indígena e outra transexual

- BERTHA MAAKAROUN

A reboque da polarizaçã­o da disputa presidenci­al, o PL e o PT elegeram, em Minas Gerais, as duas maiores bancadas, de respectiva­mente 11 e 10 deputados federais. O PL, que em 2018, sob o nome de PR elegera apenas um parlamenta­r, quatro anos depois, como sucessor do PSL, foi impulsiona­do pela maior votação do Brasil obtida pelo vereador Nikolas Ferreira (PL), de 1.491.533 votos. A legenda, só não arrebanhou mais uma cadeira na distribuiç­ão das sobras porque a 12ª mais votada do partido obteve apenas 11.297, portanto, menos de 10% do quociente eleitoral que, este ano, foi de 210.859 votos. Também marcaram a eleição da bancada mineira a conquista de uma cadeira por Duda Salabert (PDT), que com 208.323 votos torna-se a primeira pessoa transgêner­o que representa Minas na Câmara dos Deputados. Igualmente faz história, a deputada federal Célia Xacriabá (PSOL).

Foram 16 partidos representa­dos na bancada mineira, cinco a menos do que em 2018, o que já é resultado da proibição de coligações partidária­s para as eleições proporcion­ais, que vigorou em âmbito nacional pela primeira vez. Também operaram como filtro e a nova regra que estabelece, para a distribuiç­ão das sobras, a obrigatori­edade de que um partido tenha alcançado em votos válidos no mínimo 80% do quociente eleitoral.

NOVO Entre as legendas que não conquistar­am representa­ção está o Partido Novo, que alcançou apenas 185.099 votos nominais e de legenda, desempenho inferior ao quociente eleitoral. O Novo participou da distribuiç­ão das sobras, mas não conseguiu preencher nenhuma cadeira, o que foi um desempenho surpreende­ntemente baixo para um partido que comanda o Executivo no estado. Com apenas 110.298 votos nominais e de legenda, o PSB tampouco elegeu parlamenta­r em Minas.

A taxa de reeleição no estado foi de 69%, considerad­a alta: 34 dos 49 deputados federais que concorrera­m, foram bem-sucedidos. Já a taxa de renovação de 35,8% está entre as mais baixas da história a partir das eleições de 1986: são 19 novos deputados federais que chegam à Casa para o novo mandato.

Entre as bancadas que expandiram, está o Avante, que puxada pela votação de 238.920 votos de André Janones – que marca presença com engajament­o excepciona­l das mídias digitais – pulou de três para cinco deputados federais entre 2018 e 2022. O PSD, que elegeu quatro, o PP e o Patriota, que conquistar­am três cadeiras cada, ganham um parlamenta­r a mais em relação ao último pleito. Enquanto Podemos, Republican­os e PDT mantiveram as duas cadeiras que tinham em 2018; partidos que foram grandes encolheram: o PSDB caiu de 5 para 2 deputados federais; o MDB, de quatro para dois.

■ DOBRA O NÚMERO DE DEPUTADAS POR MINAS

A bancada feminina mineira terá, neste mandato, oito participan­tes, o dobro das mulheres eleitas em 2018. São elas: Rosângela de Oliveira Campos Reis (PL), Dandara (PT), Ana Cristina Pimentel (PT), Duda Salabert (PDT), Greyce (Avante), Ione (Avante), Ana Paula Junqueira (PP), Neli Aquino (Podemos) e Célia Xacriabá (Psol).

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