Duda é a primeira trans eleita para a Câmara
Duda Salabert (PDT) é a primeira transexual eleita para a Câmara dos Deputados – ao lado de Erika Hilton (Psol/SP) e Roybeyoncé (Psol/ PE) –, com terceira maior votação em Minas, mais de 208 mil votos. O diálogo com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o prefeito Fuad Noman (PSD), a mobilização em favor da Serra do Curral e leis em defesa das mulheres e de pessoas trans marcaram a atuação de Duda na Câmara Municipal de BH.
Ontem, votou de colete à prova de balas, uma exigência da escolta de Duda, que recebeu nove ameaças de mortes durante a campanha. À frente da ong Transvest, conquistou o auxílio a 90 travestis e demais transgêneros que exercem trabalho sexual, no valor de R$ 100. Também ajudou a fundar a primeira casa de acolhimento para pessoas trans em situação de rua e fundou o Transvet. Antes de ser vereadora, Duda atuou por por 20 anos na educação, sendo 15 deles como professora de literatura no Colégio Bernoulli. A entrada na política ocorreu em 2016. “Decidi entrar depois do golpe contra a presidente Dilma Rousseff. Entendi que haveria a partir da cisão democrática um esvaziamento do campo democrático e seria necessário estar na política contra a classe trabalhadora que viria”, avaliou.
Em 2020, foi eleita vereadora com 37 mil votos, recorde na história de BH, e trabalhou para ser muito bem votada na disputa para a Câmara dos Deputados. “Não basta só eleger. Temos que ser bem votadas para chegarmos com capital político, que nos dê possibilidade de pautar nossos projetos com maior chance de aprovação”.
Atuou em conjunto com a gestão de Kalil na construção da lei que garantiu a distribuição de absorventes nas escolas. A defesa do meio ambiente foi a frente de atuação que a projetou. Tornou-se uma das principais opositoras à autorização dada pelo governo de Minas à Tamisa para minerar na Serra do Curral.“A SerradoCurral tersetornado um assunto não só nacional como internacional se deve muito à nossa luta para o tombamento da serra”, argumenta.