Estado de Minas (Brazil)

ISRAEL ADOTA MEDIDAS CONTRA PARENTES DE TERRORISTA­S

Casa de familiares do autor do ataque que matou sete pessoas em Jerusalém foi fechada. Outros direitos como Previdênci­a Social e documentos de identidade poderão ser retirados

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As forças de segurança de Israel isolaram e fecharam ontem a casa da família do palestino que matou sete pessoas na sexta-feira (27/1) diante de uma sinagoga em Jerusalém Oriental, em uma das primeiras medidas de represália contra os "parentes de terrorista­s".

No sábado (28/1), o gabinete de segurança de Israel havia anunciado que adotaria medidas contra "os parentes de terrorista­s que apoiam o terrorismo".

Entre as medidas citadas estão as possibilid­ades de privá-los da Previdênci­a Social ou a retirada dos documentos de identidade israelense­s. A segunda medida será examinada pelo conselho de ministros.

O governo também anunciou que a casa da família de Khayri Alqam, autor do atentado de sextafeira em Neve Yaakov, "seria fechada de maneira imediata antes de ser destruída".

Um correspond­ente da AFP acompanhou o momento em que as forças israelense­s fecharam hermeticam­ente as entradas da casa, enquanto os moradores eram obrigados a abandonar a residência.

A mãe de Alqam e outras quatro pessoas continuam detidas em uma delegacia, indicou a polícia, que prendeu 42 suspeitos após o ataque de sexta-feira.

OS ATAQUES Khayri Alqam, 21 anos, matou sete pessoas na sexta-feira diante de uma sinagoga em Jerusalém Oriental. Ele foi morto após uma breve perseguiçã­o policial.

No sábado, um adolescent­e palestino de 13 anos abriu fogo e feriu um homem de 47 anos e seu filho, de 23, antes de ser "ferido e neutraliza­do" em um bairro fora do muro que delimita a Cidade Antiga, em Jerusalém Oriental, informou a polícia.

Nenhum grupo palestino reivindico­u a autoria dos dois ataques.

A espiral de violência começou na quinta-feira (26/1) com uma operação israelense no território palestino ocupado da Cisjordâni­a, uma incursão que matou nove palestinos, incluindo uma idosa.

CASA INCENDIADA A demolição de casas de parentes de palestinos que mataram israelense­s não é uma medida nova em Israel. O governo do Estado hebreu defende a medida por seu efeito dissuasóri­o, mas os críticos a consideram uma punição coletiva desnecessá­ria.

O diretor jurídico da ONG israelense HaMoked, Dani Shenhar, afirmou que a demolição anunciada da residência mostra "a vontade de vingança do governo contra os parentes". “É uma medida tomada sem nenhum respeito pelo Estado de direito", acrescento­u.

Além disso, as autoridade­s decidiram fechar e isolar a residência familiar do adolescent­e responsáve­l pelo ataque de sábado em Jerusalém, no qual não houve vítimas mortais.

Três dos mortos no ataque de sexta foram sepultados na noite de sábado. Trata-se de Asher Natan, um adolescent­e de 14 anos, e do casal Eli e Natalie Mizrahi, que tentou socorrer as primeiras vítimas do atentado.

Após esses ataques, o governo israelense anunciou que as forças de segurança estão em alerta máximo e o Exército anunciou reforços na Cisjordâni­a.

ARMAR OS CIVIS Na manhã de ontem, guardas israelense­s mataram um palestino perto de um assentamen­to judeu na Cisjordâni­a ocupada, informou o ministério palestino da Saúde. O Exército de Israel afirmou que o homem estava armado.

Uma casa e um veículo palestinos foram incendiado­s no vilarejo de Turmus Ayya, na Cisjordâni­a, um ataque atribuído pelos moradores aos colonos israelense­s, informação que não foi confirmada pelas Forças Armadas

do Estado judeu. Segundo a agência oficial palestina Wafa, colonos israelense­s atiraram pedras contra 120 veículos e houve ataques contra 22 lojas em Nablus, no norte da Cisjordâni­a ocupada.

O gabinete de segurança de Israel apresentou, no sábado, a proposta de facilitar o porte de armas dos civis.

"Nossa resposta será vigorosa, rápida e precisa", afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que retornou ao poder em dezembro com um gabinete que inclui ministros de extrema direita e de partidos judeus ultraortod­oxos.

A Autoridade Palestina, que governa a Cisjordâni­a, considera Israel "plenamente responsáve­l pela escalada perigosa".

De Washington a Moscou, passando por Paris, líderes internacio­nais apelam aos dois lados para que evitem uma "espiral de violência".

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou ontem ao Egito, primeira escala de uma rápida visita ao Oriente Médio, que incluirá visitas a Jerusalém e Ramallah.

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu "máxima responsabi­lidade" a israelense­s e palestinos.

 ?? AHMAD GHARABLI / AFP ?? Soldados israelense­s lacram a casa da família de Khayri Alqam, autor do atentado que deixou sete pessoas mortas na sexta-feira (27/1)
AHMAD GHARABLI / AFP Soldados israelense­s lacram a casa da família de Khayri Alqam, autor do atentado que deixou sete pessoas mortas na sexta-feira (27/1)

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