Carnaval, alegria com prevenção
Após dois anos de abstenção, os foliões não veem a hora de tomar as avenidas em meio a blocos e escolas de samba. Desde o início do ano, os brasileiros promovem "esquentas" para o carnaval 2023, que vai parar o Brasil no período de 17 a 21 deste mês. As projeções são de que a festa de Momo movimentará mais de R$ 8,1 bilhões na economia. Os segmentos mais favorecidos serão bares e restaurantes, transporte, hotelaria e hospedagem. Eles de- verão ficar com 85% da previsão. A expectativa é de que o setor turístico ofereça quase 25 mil vagas de trabalhos temporários.
Apesar da crise econômica enfrentada pelo país e da alta dos preços de produtos e serviços, o carnaval, sem dúvida, trará dias de alento para o comércio. Mas os carnavalescos precisam ficar atentos e, individualmente, se cuidar para que, passado o momento de euforia e alegria, restem apenas boas lembranças. Para isso, são necessários alguns cuidados, a começar pela atualização das vacinas contra as doenças infectocontagiosas.
A epidemia de COVID-19 arrefeceu, mas não acabou. Hoje, em média, 84 pessoas morrem por dia infectadas pela doença. Cerca de 69 milhões de brasileiros ainda não tomaram as doses de reforço, o que os torna vetores de transmissão do vírus. E como saber quem está, ou não, devidamente imunizado nos blocos carnava- lescos? Assim, cabe a cada um o dever de se prevenir. Igual reco- mendação vale para o uso de preservativos, a fim de evitar uma gravidez indesejada ou contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Como tudo na vida, o carnaval tem também o seu lado negativo. As mulheres, em sua maioria, são vítimas de pequenos furtos e do assédio masculino. Normalmente, elas carregam bolsas com dinheiro e outros objetos. A recomendação é que tentem ser discretas com seus pertences pessoais, para evitar o dissabor de um furto. Elas também são vítimas do assédio. Nesse caso, a orientação vale para os homens, a fim de que entendam que um "não" é um "não", e deve ser respeitado. O assédio sexual é crime, tipificado no artigo 216-A do Código Penal.
Acidentes no trânsito também são muito comuns no carnaval, principalmente nas rodovias, provocados por excesso de velocidade ou ingestão de bebida alcoólica pelos motoristas. Observar as normas de trânsito é a maneira mais segura de evitar que a alegria se transforme em luto.
Se os foliões devem ser precavidos, impõe-se ao poder público estabelecer estratégias que garantam a segurança de todos, por meio de policiamento ostensivo nas áreas de maior concentração de carnavalescos. A presença de agentes de segurança inibe conflitos, evitando um desfecho letal. No trânsito, cabe aos policiais rodoviários, com apoio de outras forças, conter os desatinos de condutores que põem em risco a própria vida e a de outras pessoas. Depois de dois anos, a retomada da maior festa popular do planeta deve ser de dias plenos de alegria.
A epidemia de COVID-19 arrefeceu, mas não acabou. Hoje, em média, 84 pessoas morrem por dia infectadas pela doença