Estado de Minas (Brazil)

PACIÊNCIA COM A BASE

Criticado pela torcida por revelar pouco, gerente das categorias inferiores, Erasmo Damiani, acredita que a grande mudança do clube tem sido investir em garotos a partir do sub-8

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Gerente das categorias de base do Atlético, Erasmo Damiani criticou a impaciênci­a de parte da torcida com os jovens. O profission­al também apontou um caminho para que o Galo passe a revelar talentos com mais frequência e, consequent­emente, negocie esses jogadores por valores mais expressivo­s, preferenci­almente ao futebol internacio­nal.

Damiani acompanhou as manifestaç­ões da torcida durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior. No principal torneio de categorias de base do país, o Galinho caiu na terceira fase, diante do Água Santa-SP.

“Às vezes, ao invés de promover, você está rebaixando (os jovens). Eu já senti isso, porque ao mesmo tempo que o torcedor do Atlético quer um jogador da base no profission­al, se ele erra três passes num jogo ele já cria um cenário negativo. Exemplo: numa sexta-feira, nós ganhamos do Nova Iguaçu e o torcedor do Atlético colocou o time da Copinha como um dos melhores, com alguns jogadores acima da média. Logo depois, empatamos com o Água Santa, caímos nos pênaltis e esses mesmos torcedores colocaram os atletas lá embaixo”, avaliou Damiani, em entrevista ao “Donos da bola”, da Band.

“Então, nós temos que ter esse equilíbrio. E o clube tem que entender esse equilíbrio para daqui a pouco não colocar um jogador numa necessidad­e.”

É consenso entre a torcida atleticana que o clube deveria revelar mais jogadores. Erasmo Damiani concorda. “A partir do momento em que você começa a produzir jogadores, começa a vender e o mercado lá fora pensa assim: ‘O Atlético é um clube formador e vendedor’. Qual foi a última grande venda do Atlético? O Bernard. Depois Bremer, Jemerson… Mas não foi uma sequência, como outros clubes fazem. O mercado lá fora já vai em alguns clubes pontuais porque eles sempre estão vendendo”, opinou.

O gerente das categorias de base alvinegras apontou o que acredita ser o maior mérito do trabalho que vem desenvolve­ndo na base pela atual diretoria do Atlético. “Acho que a grande mudança nossa é olhar lá pra baixo. O Atlético tinha até sub-11, hoje nós temos até sub-8. Nós estamos caminhando e temos que estar de olho nesses meninos, porque você começa desde cedo a criar um vínculo. Mesmo que ele receba uma proposta de fora, já estando ele vinculado ao clube, gostando do clube, a saída é muito mais difícil.” gerais. A gente acha que teremos condição de apresentar, com mais detalhes, em 45 dias”, disse Menin, em entrevista ao Canal Bica Galo.

Ele revelou que o Atlético deve manter pouco menos de 40% das ações da SAF. Dessa forma, o clube pretende que o Conselho siga tendo voz ativa.

“A gente procurou fazer no Atlético uma SAF onde o Conselho, representa­nte da torcida, tivesse uma representa­tividade muito importante. É um modelo muito diferente dos outros clubes.”

A reação da torcida em relação à proposta que será revelada ao Conselho pode barrar a venda das ações da SAF do Atlético.

“Quem é dono do Atlético é a torcida. São 9 milhões de donos. E o Conselho é o representa­nte da torcida. Essa transação só será executada se a torcida, tendo o Conselho como representa­nte, entender que é boa para o Atlético. Se o clube, Conselho e torcida entenderem que não é boa, não tem SAF. Não temos nenhuma dúvida de que o Conselho vai escutar a torcida”, disse.

As empresas EY e BTG Pactual conduzem as tratativas com os interessad­os. Já houve ofertas, mas o Galo ainda não fechou negociação com nenhum fundo de investimen­to.

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