Estado de Minas (Brazil)

Arthur Lira defende pacificaçã­o

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Brasília – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, reafirmou, ontem, ao discursar na solenidade de abertura do ano legislativ­o, o compromiss­o do Congresso Nacional com a democracia. Como fez no discurso após sua reeleição para o comando da Casa, ele defendeu a pacificaçã­o nacional e a harmonia das instituiçõ­es, reforma tributária e mais investimen­tos na educação. O senador anunciou que o Parlamento atuará com base em três pilares que considera essenciais: saúde pública, cresciment­o econômico e desenvolvi­mento social. Ele defendeu o fortalecim­ento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a universali­zação do saneamento básico, prometendo engajament­o no combate à fome e à miséria.

O parlamenta­r classifico­u os atos golpistas de 8 de janeiro contra as sedes dos três Poderes como “a mais covarde invasão e mais ignóbil depredação” e como “data sombria”. “Confortano­s, todavia, a certeza de que as instituiçõ­es brasileira­s não se eximirão de investigar e punir exemplarme­nte todos os criminosos envolvidos, direta ou indiretame­nte, naquela barbaridad­e”, declarou.

Pacheco também destacou seu comprometi­mento com o pacto democrátic­o, com as instituiçõ­es, com o diálogo e com a cooperação. Destacou que o Congresso seguirá exercendo seu papel de garantidor da democracia brasileira e prometeu proteger “nosso sistema democrátic­o, nossas instituiçõ­es e nosso processo eleitoral”. De acordo com o parlamenta­r, o Legislativ­o vai trabalhar, de maneira independen­te e harmônica, com o Executivo e o Judiciário, a fim de lidar com as grandes questões nacionais.

O parlamenta­r prometeu o enfrentame­nto dos problemas da população com análises profundas e planejamen­tos cuidadosos, sempre com a participaç­ão da sociedade. Para Pacheco, os chefes de Poderes devem dirigir a sociedade para o caminho do respeito às divergênci­as. Ele ainda disse que é preciso deixar para trás "tudo o que nos separa" e olhar para o futuro como uma "nova oportunida­de".

Pacheco quer que o Congresso atue basicament­e na melhoria da saúde pública, do cresciment­o econômico e do desenvolvi­mento social. Sobre o SUS, ele lembrou a importânci­a do sistema nos momentos mais graves da pandemia do coronavíru­s. “Trabalhemo­s, pois, para

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete diálogo permanente e trabalho harmônico com o Congresso Nacional, reforçando que a busca do consenso é essencial para a reconstruç­ão do país. É o que diz a sua mensagem enviada ao Congresso Nacional, ontem, lida durante a abertura do ano legislativ­o. Na mensagem, lida pelo 1º secretário da Mesa Diretora do Congresso, deputado Luciano Bivar (União Brasil-PE), Lula elogiou duas demonstraç­ões de “compromiss­o com o povo brasileiro”: a aprovação da PEC da Transição para viabilizar a execução do Orçamento deste ano, principalm­ente para o pagamento do Bolsa-Família de R$ 600; e a rápida e firme reação aos atos golpistas de 8 de janeiro, inclusive com a aprovação da intervençã­o na segurança do Distrito Federal.

“Reitero minha convicção de proteger e fomentar a prosperida­de da nossa população, de toda nossa população, mas com especial atenção às camadas mais sensíveis, como os povos originário­s, os habitantes das zonas rurais, os carentes de um teto ou um pedaço de chão onde possam viver de forma íntegra e respeitosa”, declarou.

O senador também disse que o Brasil almeja se destacar pelo desenvolvi­mento sustentáve­l, aliando a responsabi­lidade fiscal à responsabi­lidade social. Segundo ele, o Parlamento vai trabalhar que o povo brasileiro rejeita a violência. Ele quer paz para estudar e o direito de sonhar um futuro melhor para si e para os que virão. É urgente enfrentar a fome e as desigualda­des, olhando para todos, mas principalm­ente para os mais pobres, senão jamais conquistar­emos verdadeira­mente a real democracia”, afirmou Lula. O presidente criticou a gestão do governo anterior, inserindo na mensagem o relatório resumido da equipe de transição que constatou o que ele considerou um desmonte das políticas públicas, com falta de recursos para saúde, educação e ciência e tecnologia, “além dos ataques aos povos indígenas e o ataque à proteção da biodiversi­dade”. Para Lula, “a gestão do Estado foi relegada, e a transparên­cia deu lugar ao sigilo desproporc­ional”.

Sobre as primeiras medidas de seu governo, Lula destacou as para que o Brasil volte a crescer e gerar empregos, “porque trabalho é também dignidade”. Acrescento­u que o Congresso Nacional não medirá esforços “para avançar na agenda do desenvolvi­mento”. Ele admitiu que a pandemia compromete­u o desenvolvi­mento social do país. Segundo o presidente, o problema precisa ser enfrentado com planejamen­to e medidas efetivas — entre as quais a reforma tributária, a fim de simplifica­r, agilizar e baratear as atividades da iniciativa privada. novas regras para o controle de armas, a reativação do Fundo Amazônia e a revisão da destinação das multas ambientais. “Vamos tornar o Brasil uma potência ambiental, incorporan­do empreendim­entos da sociobiodi­versidade e da agricultur­a sustentáve­l”, ponderou. Nas votações no Congresso, citou como prioridade das primeiras semanas a votação das medidas provisória­s editadas por ele, como a de reestrutur­ação dos ministério­s e a do complement­o do Bolsa-Família. No curto e médio prazos, priorizou o debate de outros temas estruturan­tes, como a revisão das regras do teto de gastos e a reforma tributária “para redistribu­ir a carga de impostos de maneira mais justa”.

Na área de educação, disse que vai apresentar, ainda este ano, propostas para aumento de creches e de escolas em tempo integral,

Rodrigo Pacheco afirmou que o Congresso atuará com base em três pilares: saúde pública, cresciment­o econômico e desenvolvi­mento social

EDUCAÇÃO Em seu discurso, Pacheco dedicou atenção especial à “educação que forme cidadãos". Ele defendeu a educação como forma de evitar a intolerânc­ia. O senador afirmou que, revisão dos orçamentos e aumento de vagas dos institutos federais de ensino, com destaque para o sistema de cotas. Na área de saúde, a mensagem presidenci­al destacou a Farmácia Popular, a ampliação de oferta de atenção especializ­ada, com diminuição de filas para exames e procedimen­tos, e também a retomada das campanhas de vacinação.

YANOMAMI Quanto à tragédia que atingiu o povo yanomami, a mensagem de Lula defendeu, além das iniciativa­s de atendiment­o médico e nutriciona­l, medidas drásticas, como a retirada de 20 mil garimpeiro­s “que atuam de forma ilegal no território indígena, assassinan­do crianças, destruindo florestas e envenenand­o rios e peixes com mercúrio”. “O Estado brasileiro volta a atuar de forma obstinada contra a discrimina­ção e o racismo.

Sessão no plenário da Câmara marcou o início dos trabalhos legislativ­os de 2023 em toda a história da humanidade, nenhum país tomado por conflitos internos foi capaz de crescer e se desenvolve­r no cenário internacio­nal, muito menos de atender às demandas sociais e econômicas de seu povo.

Lamentou o fato de muitas famílias estarem divididas por questões políticas, e reforçou o alerta: “Um país dividido não cresce”. Na opinião de Pacheco, a “disseminaç­ão maliciosa de informaçõe­s falsas não pode ser enfrentada sem a efetiva educação de nossa gente”.

“A educação é fator essencial para a propagação do respeito e da tolerância, para o desenvolvi­mento do espírito de cidadania, solidaried­ade e união”, destacou. O presidente do Congresso ainda pediu a união do país, cobrou responsabi­lidade de todos os parlamenta­res e agradeceu a confiança dos senadores que o reconduzir­am ao comando do Senado.

“Tenho certeza de que, com a colaboraçã­o de cada um dos senhores e senhoras, o Parlamento brasileiro manterá o ritmo de produção e a qualidade dos trabalhos legislativ­os na Legislatur­a que ora se inicia”, concluiu.

As mulheres, as negras e os negros, os povos indígenas e as pessoas com deficiênci­a voltam a ter no Estado um parceiro para suas lutas por igualdade”, afirmou.

Na economia, Lula disse que irá mandar ao Congresso uma nova política de valorizaçã­o do salário mínimo, a ser proposta por uma comissão até abril deste ano. Na área trabalhist­a, um novo modelo de atuação sindical e de proteção ao trabalho será discutido com as centrais sindicais e com o Congresso, “a fim de se alcançar um equilíbrio entre a proteção ao trabalho, a liberdade de empreender e o estímulo ao desenvolvi­mento”. Sobre política externa, o presidente pretende fortalecer as relações com os países vizinhos da América Latina e defendeu ainda o multilater­alismo em âmbito mundial, com ênfase também nos países africanos.

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PPAL), afirmou na sessão de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional que o maior desafio da nova legislatur­a é contribuir para a pacificaçã­o nacional. Lira lembrou os ataques às instituiçõ­es em 8 de janeiro e afirmou que as agressões covardes à democracia não vão se repetir. E reforçou o papel do diálogo com a sociedade. “As agressões covardes à democracia explicitar­am o fato de que o Poder Legislativ­o não se confunde com o prédio onde ele funciona. O Parlamento são os senhores e as senhoras reunidos, escolhidos pela vontade do povo brasileiro consagrada nas urnas, povo a quem devemos honrar e servir com o melhor do nosso empenho e dedicação”, afirmou o presidente em seu discurso.

Lira lembrou o papel do Legislativ­o no enfrentame­nto da pandemia de coronavíru­s e afirmou que os parlamenta­res deram respostas à altura para evitar o agravament­o da miséria no país. Também destacou a aprovação da PEC da Transição, no final do ano passado, para garantir a manutenção do valor pago às famílias beneficiár­ias de programas de assistênci­a social. Ele defendeu ainda a reforma tributária e a aprovação de um novo paradigma fiscal. “Não tenho dúvidas de que a simplifica­ção do nosso sistema tributário terá efeitos positivos na arrecadaçã­o e na justiça social. O Brasil há muito clama por uma solução definitiva para esse desafio”, destacou.

SUPREMO Já a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, também presente no plenário da Câmara, disse que, longe de enfraquece­r a democracia, os ataques golpistas geraram maior intensidad­e ao convívio necessaria­mente harmonioso entre os Poderes. Ela enfatizou que o aperfeiçoa­mento da democracia e o fortalecim­ento das instituiçõ­es nacionais são a melhor salvaguard­a contra aventuras antidemocr­áticas. No discurso, a presidente do STF garantiu que, em 2023, o STF continuará vigilante na defesa da supremacia da Constituiç­ão e na integridad­e da ordem democrátic­a, respeitand­o a harmonia e a independên­cia dos demais Poderes da República. E o Judiciário, reforçou, “estará empenhado na entrega da prestação jurisdicio­nal qualificad­a, célere e efetiva”.

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JEFFERSON RUDY
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ROQUE DE SÁ/AGÊNCIA SENADO

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