Zema busca apoio de 50 deputados na Assembleia
Governo articula aliança até com o PSD, partido do ex-prefeito de BH Alexandre Kalil, e oposição tenta coalizão. Enquanto isso, parlamentares correm para compor comissões
Os deputados estaduais de Minas Gerais esperam definir, até a próxima semana, a composição dos blocos parlamentares da Assembleia Legislativa. Há conversas em curso, ainda, sobre a composição das comissões temáticas do Parlamento. A fase de negociações a respeito da divisão da Casa entre situação, oposição e uma terceira coalizão, que deve mesclar governistas e independentes, é importante para nortear a escolha dos indicados para colegiados como os de Educação, Direitos Humanos e de Constituição e Justiça. No entorno do governador Romeu Zema (Novo), há expectativa por atrair o apoio, ainda que informalmente, de 50 dos 77 deputados. O PSD, do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, deve ser um dos partidos a embarcar formalmente na aliança governista – e tende, inclusive, a indicar o parlamentar líder do grupo.
Ontem, na primeira sessão do novo ano legislativo, Zema oficializou a escolha de Gustavo Valadares (PMN) para líder do governo. A liderança do bloco governista, por sua vez, deve ficar com o pessedista Cássio Soares. Os ocupantes dos dois cargos têm papel importante ao articular, junto aos colegas, em prol da aprovação de pautas consideradas importantes pelo Executivo. "O sentimento de toda a Casa, do conjunto dos parlamentares e do presidente (Tadeu Martins Leite, do MDB) é que a gente tenha os blocos lidos em plenário na semana que vem e as comissões definidas até o fim da semana que vem – no mais tardar, no início da outra semana. Para voltarmos do carnaval com a Assembleia constituída, as comissões com seus presidentes e vices eleitos e empossados, e a Assembleia trabalhando a todo vapor", disse Valadares, ontem.
A primeira sessão após a posse foi comandada por Leninha (PT), vice-presidente. Ela também acredita que as comissões estarão formadas antes do carnaval. "Temos urgência. Afinal, estamos com uma série de deputados chegando. As pessoas estão ávidas por trabalho. Creio que os que estão responsáveis por conduzir esse processo vão fazê-lo de forma bastante ágil", vislumbrou. As tratativas para a construção do bloco alinhado a Zema ainda estão em construção, mas, além do Novo, que tem dois deputados, e do PMN, que elegeu três, outros partidos caminham para engrossar a aliança. Entre eles estão PP, Patriota, Podemos, Solidariedade e Republicanos.
"Temos, hoje, nas minhas contas, mais de 50 deputados que caminharão junto com o governo. Temos uma escalação no papel, mas precisamos ver o time em campo. Vamos precisar esperar a chegada desses projetos para vermos o time jogando e saber se está entrosado. Espero que sim – e tenho o sentimento de que estará. Muito melhor do que foi na legislatura passada, tenho certeza de que será", conjecturou Valadares.
Em que pese o fato de o PL, partido apoiador de Zema, desejar participar de um terceiro bloco, misturado a deputados independentes, Gustavo
Valadares confia em outra possibilidade. "Se não houver apenas um bloco governista, espero que tenhamos dois blocos governistas. A palavra 'independente', acho, está fora de moda na Assembleia", falou. Como mostrou ontem o Estado de Minas, há defensores da construção do bloco independente. Um deles é Alencar da Silveira Júnior, do PDT.
No bloco de oposição, a tendência é que o deputado escolhido para liderar o ajuntamento saia do PT. O nome, porém, ainda não foi definido. Certo é, porém, que, além dos petistas, PCdoB, PV, Rede e Psol vão estar no grupo. O Pros, tradicionalmente, costuma compor com o PT na Assembleia e, por isso, fez parte da oposição no primeiro mandato de Zema. Agora, contudo, o cenário pode ser outro, uma vez que a legenda conduz trâmite para ser incorporada pelo Solidariedade.
Plenário da Assembleia: negociações seguem avançadas para formação de blocos partidários