Estado de Minas (Brazil)

O Japão de braços abertos

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Desde o desembarqu­e do navio Kasato Maru no Porto de Santos, em 1908, trazendo centenas de pessoas vindas da terra do sol nascente, que os destinos de Japão e Brasil se entrelaçar­am. Hoje, vivem no país cerca de 2 milhões de descendent­es dos imigrantes que chegaram para trabalhar em lavouras, no que é considerad­a a maior população de origem japonesa fora do Japão. Essa comunidade é um símbolo vivo da integração entre as duas nações.

As marcas da imigração japonesa na cultura nacional são inúmeras e notáveis, e contribuír­am significat­ivamente para o desenvolvi­mento do país. Vão desde a populariza­ção da culinária típica, com sushis, sashimis e yakisobas sendo facilmente achados em qualquer cidade brasileira, passando pelo aperfeiçoa­mento de técnicas agrícolas, pelo esporte, pelas artes, com destaque para a artista plástica Tomie Ohtake, e pelo entretenim­ento – quem não conhece a atriz Daniele Suzuki, a cantora Fernanda Takai e a apresentad­ora Sabrina Sato?

Além dos laços culturais, o Brasil e o Japão têm fortes relações econômicas. As trocas comerciais entre os dois países têm crescido ao longo dos anos, com um amplo espectro de setores envolvidos, como automobilí­stico, tecnológic­o, agrícola e energético. O Japão é um importante parceiro comercial para o Brasil, e a relação bilateral é fundamenta­l para impulsiona­r o cresciment­o econômico de ambas as nações.

Por isso, é bem-vinda a notícia de que o primeiro-ministro Fumio Kishida pretende isentar brasileiro­s de visto para a entrada no Japão. Hoje, quem pretende visitar o país oriental precisa desembolsa­r cerca de R$ 100 pelo documento, além de aguardar um prazo que pode ser indetermin­ado. Com o gesto, o governo japonês abre para os brasileiro­s as portas de um gigante econômico, a terceira maior economia do mundo em PIB nominal e a quarta maior em paridade de poder de compra.

Nesse contexto, é essencial que o governo brasileiro também adote medidas de reciprocid­ade. Ao isentar viajantes japoneses de visto para visitar o Brasil, o governo demonstrar­ia um compromiss­o em fortalecer os laços bilaterais, incentivan­do o turismo e facilitand­o o fluxo de pessoas entre as duas nações. Essa atitude poderia reforçar a cooperação em diversos setores e abrir portas para novas oportunida­des comerciais e culturais. A isenção de vistos para viajantes japoneses também poderia contribuir para a promoção do Brasil como destino turístico internacio­nal.

Além disso, o gesto do governo de Fumio Kishida é um sinal de que a sociedade japonesa pretende superar o seu desconfort­o em relação aos dekassegui­s. São os descendent­es de japoneses que inverteram o fluxo migratório a partir dos anos 1980 e voltaram para o Japão, em busca principalm­ente de trabalhos em fábricas, em um movimento que foi malvisto originalme­nte. Mesmo com o preconceit­o, hoje são cerca de 300 mil nipo-brasileiro­s vivendo por lá, em mais uma prova da conexão entre os dois países.

O momento, portanto, é propício para que se busque um estreitame­nto desta relação, em que todos têm a ganhar. Facilitar o fluxo de pessoas entre as duas nações reforça a cooperação bilateral em diversos setores e, certamente, abrirá portas para novas oportunida­des comerciais e culturais.

É bem-vinda a notícia de que o primeiromi­nistro Fumio Kishida pretende isentar brasileiro­s de visto para a entrada no Japão

Infelizmen­te, temos uma situação delicada no Congresso Nacional, em que há uma maioria de parlamenta­res que gostaria de reeditar a estrutura e as políticas do governo anterior

■ Marina Silva, ministra do Meio Ambiente

Esse é um governo da gastança, da cooptação. O projeto deles é pelo poder e alguém vai pagar o preço dessa gastança, já que eles não querem cortar na própria carga. Está tudo muito sombrio

■ Eduardo Girão (Novo-CE), senador

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