Estado de Minas (Brazil)

VINI E CINCO ESTREANTES

Para os amistosos contra Guiné e Senegal e já de olho nas Eliminatór­ias Sul-Americanas, técnico interino da Seleção Brasileira, Ramon Menezes, convoca, no Rio, 23 jogadores

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O técnico interino da Seleção Brasileira, Ramon Menezes, anunciou ontem, na sede da Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF) a lista dos 23 jogadores convocados para os amistosos contra Guiné e Senegal, que serão disputados em junho, com o atacante do Real Madrid Vinícius Júnior e cinco estreantes.

As caras novas são os laterais Vanderson (Monaco) e Ayrton Lucas (Flamengo), o zagueiro Nino (Fluminense), o volante Joelinton (Newcastle) e o atacante Malcom (Zenit). “Essas cinco estreias estão fazendo tempo em seus clubes, mostrando capacidade de vestir a camisa da Seleção Brasileira”, disse Ramon em entrevista coletiva.

O Brasil vai enfrentar Guiné no dia 17 de junho em Barcelona, na Espanha, onde a CBF trabalha com a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) para que o jogo tenha uma campanha contra o racismo, após os insultos recebidos pelo atacante Vinícius Júnior em jogo do Real Madrid, contra o Valencia, pela LaLiga.

Neste fim de semana, os clubes do Campeonato Brasileiro, especialme­nte o Flamengo, onde Vini foi revelado, prestaram apoio ao jogador. Na coletiva, Ramon e os demais integrante­s da CBF vestiam uma camisa com a frase “Com racismo não tem jogo”. Já no dia 20 de junho, a Seleção vai enfrentar o Senegal em Lisboa.

Ednaldo Rodrigues, primeiro presidente negro da CBF, pediu na semana passada à LaLiga punições contra os atos discrimina­tórios denunciado­s por Vinícius na Espanha e que as autoridade­s mundiais do futebol tomem medidas “desportiva­s

e jurídicas” para combater o racismo.

Ramon, que também comanda a Seleção no Mundial Sub-20, disputado na Argentina, destacou o desempenho do atacante Pedro (Flamengo), um dos sete jogadores convocados que atuam no futebol brasileiro, autor de 22 gols nesta temporada, e de Richarliso­n, que joga no Tottenham. “São grandes jogadores, que com certeza vão dar resposta”, afirmou o treinador.

No momento, ainda não se sabe quem assumirá o comando da Seleção Brasileira nas Eliminatór­ias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, que começam em setembro. Segundo Ednaldo Rodrigues, o “plano A” é o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid.

Ancelotti, no entanto, disse na semana passada que continuará no clube espanhol, com quem tem contrato até 2024.

DENÚNCIA DE RACISMO Ednaldo Rodrigues disse ontem que houve um episódio de racismo no auditório da entidade, por ocasião da convocação da Seleção Brasileira. Ednaldo optou por não detalhar o fato, mas foi enfático.

“É um crime. Um crime que constrange. As pessoas quando não são fortes ou não têm a vivência de resistir... Porque eu resisto. Comecei a sofrer racismo desde oito anos de idade. A gente sofre em qualquer momento. Aqui dentro do auditório hoje (ontem) teve racismo. Junto com o jurídico da CBF vamos ver o que é possível para colocar de forma pública no site oficial da entidade aqueles racistas, para eles não ficarem no meio de pessoas de bem, que estão pregando o combate ao racismo. E eles praticando”, disse o presidente da CBF.

O “UOL” consultou a CBF em seguida para saber se o dirigente teria algo a acrescenta­r a respeito da descrição do episódio. A entidade reforçou que “vai se posicionar em um momento adequado. Sempre seguindo o caminho jurídico”.

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THAIS MAGALHÃES/CBF Durante a convocação, Ramon Menezes e os demais integrante­s da CBF vestiram uma camisa com a frase “Com racismo não tem jogo”

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