HOSPITAL TEMPORÁRIO ÁGIL E POSTO LENTO EM BH
Neste fim de semana, 16 postos de saúde da capital estão abertos para atender pacientes com sintomas gripais e de dengue
Quem procurou atendimento no sistema público de saúde da Região Oeste de Belo Horizonte por causa da dengue, ontem (9/3), encontrou cenários distintos. Enquanto o hospital temporário do Bairro Alto Barroca tinha poucos pacientes e atendimento rápido, no Centro de Saúde Betânia, no bairro de mesmo nome, a situação era diferente. Muita fila, demora e reclamação dos pacientes.
A reportagem do Estado de Minas esteve no hospital temporário no Alto Barroca, no início da manhã. O local é exclusivo para pacientes com sintomas de dengue, chikungunya e zika e foi inaugurado na quinta-feira (7/3). Pouco depois das 9h deste sábado, havia poucas pessoas aguardando por atendimento e a espera era curta.
A empresária Samanta Nunes, de 42 anos, disse que chegou ao local por volta das 8h e estava saindo quase às 10h. “Tá rápido”, elogiou. Ela conta que foi atendida, mas, para fazer o exame e receber o diagnóstico positivo para dengue, disse que é preciso esperar seis dias, conforme orientou a médica que a atendeu. Tamires Paixão, de 28 anos, também aguardava. Ela conta que está com sintomas desde quinta-feira (7/3), mas na madrugada de sexta para sábado começou a passar muito mal e achou melhor procurar o atendimento. “Queria um lugar que fosse mais rápido”, disse. A jovem chegou pouco depois das 9h e em cerca de 15 minutos foi atendida. Ela acredita que o local estava tranquilo e o atendimento ágil por causa do horário.
DEMORA E RECLAMAÇÕES
No Centro de Saúde Betânia, no bairro de mesmo nome, a situação era bem diferente. Por volta das 10h30, havia muita gente na fila reclamando de demora e desorganização no atendimento.
O aposentado José Aniceto, de 79 anos, estava em situação semelhante à de Ângela. A neta dele, Lorena Paula, de 23, disse que eles chegaram ao local às 7h30 e ainda não tinham sido atendidos, cerca de 10h30. O idoso também estava lá para colher o sangue para o exame.
“Tá uma falta de organização isso aqui. Ficamos com a senha 52 e estamos esperando o médico chamar. Acho que a maioria aqui é exame, deveria ser mais organizado. Um senhor de idade, ficar nesse sol quente, esperando o mesmo tempo das outras pessoas, é injusto”, reclama a jovem.
Segundo a neta, o avô está com sintomas desde segunda-feira (4/3) e procurou atendimento no posto de saúde mais próximo da casa dele, o Vila Leonina, no Bairro Alpes, também na Região Oeste. Mas o posto também não funciona no fim de semana. Então, eles foram direcionados para o centro do Bairro Betânia.
EM NOTA, A PREFEITURA DE BELO HORIZONTE INFORMOU QUE
"Houve alta procura por atendimentos no Centro de Saúde Betânia nessa manhã. A unidade conta com equipe completa para garantir a assistência à população e até o início da tarde já haviam sido realizados mais de 100 atendimentos. A unidade ficará aberta até 22h e outros 5 centros de saúde funcionarão neste fim de semana.
É importante esclarecer que podem procurar os centros de saúde e os hospitais temporários e de campanha as pessoas que apresentarem febre, dores musculares e nas articulações, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça ou atrás dos olhos, náuseas ou vômito.
Em todos esses locais são realizados exames para o diagnóstico da dengue e outras arboviroses.
A Secretaria Municipal de Saúde monitora diariamente a situação epidemiológica e assistencial do município para ampliar a capacidade de atendimento, sempre que necessário. Neste fim de semana não há ações de prevenção programadas para serem realizadas."
ATENDIMENTO NO FIM DE SEMANA
Neste fim de semana, 16 postos de saúde da capital estão abertos para atender pacientes com sintomas gripais e de dengue.
As unidades vão funcionar com horário ampliado, das 7h às 22h, exceto o Centro de Saúde São Francisco, na Pampulha, que abre das 7h às 19h.
As unidades que estarão abertas são as dos bairros Santa Efigênia, Alto Vera Cruz, Aarão Reis, Floramar, São Paulo, Conjunto Paulo VI, Caiçaras, Betânia, Santa Terezinha, São Francisco, Rio Branco, Jardim Europa, Santa Mônica e Serra Verde.
Já as nove Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de BH seguem funcionando normalmente, com atendimento 24 horas para o público em geral. Além disso, os três hospitais temporários também funcionam 24h e contam com estrutura exclusiva para acolhimento, diagnóstico e tratamento de pacientes com sintomas de dengue, chikungunya e zika.
O do Alto Barroca funciona na antiga dependência do Hospital Santana, na Rua Santa Cruz, 137, Região Oeste. O de Venda Nova começou a funcionar em 24 de fevereiro e está localizado na Rua Padre Pedro Pinto, 173. O hospital de campanha, aberto em 1° de março fica na Avenida Risoleta Neves, 2.580, Aarão Reis, Região Norte da capital. ■