ARGENTINOS DISTINTOS TÊM DISCURSOS
Estreante Gabriel Milito aprovou atuação do Atlético no primeiro tempo, mas mostrou descontentamento com o resultado. Já Larcamón exaltou entrada do zagueiro Zé Ivaldo
A repercussão do clássico de ontem nos vestiários de Atlético e Cruzeiro foi distinta. Enquanto o técnico estreante Gabriel Milito mostrou satisfação com o desempenho do Galo no primeiro tempo e lamentou o empate por 2 a 2 com a Raposa, Nicolás Larcamón, além de valorizar o desempenho da sua equipe em campo, teve que explicar principalmente o motivo de ter iniciado o jogo com o zagueiro Zé Ivaldo na reserva.
“Foram dois tempos muito marcantes. O primeiro muito favorável para nós, onde combatemos melhor e tivemos a oportunidade de marcar mais um gol. Neutralizamos muito bem o Cruzeiro e não o deixamos jogar. Os deixamos incomodados, tivemos critério com a bola”, iniciou Milito.
Em sua estreia no comando do Galo, o argentino entende que a falta de intensidade pode ter interferido no resultado final. Além disso, citou o gol contra de Jemerson como um possível fator de ânimo para o rival. “No segundo tempo, o plano de jogo era muito parecido ao do início. Creio que o 2 a 1 deu muito ânimo a eles e isso nos tocou, porque até esse momento o rival não tinha gerado nenhuma situação (de gol). Isso, junto à dinâmica dos jogadores, que foram perdendo a intensidade no jogo. Por isso fizemos as modificações”, prosseguiu o técnico.
Por fim, Milito lamentou o resultado final, que deixa o Cruzeiro a um empate no jogo decisivo do próximo domingo, no Mineirão. “De nenhuma maneira imaginamos esse final, sofrendo o empate. Não estou contente com o resultado, mas pelo que vi no primeiro tempo. Essa é a equipe que vamos fazer, eu asseguro”, disse.
Nicolás Larcamón, técnico do Cruzeiro, explicou porque deixou Zé Ivaldo no banco de reservas no empate por 2 a 2 com o Atlético. O zagueiro era cotado entre os titulares no clássico após cumprir suspensão, mas foi preterido da escalação inicial. “As decisões que tomamos, com exceção dos jogadores que estão machucados, são estritamente táticas. São questões de grupo visando o rival. O Zé Ivaldo é um jogador que eu acho excepcional, com uma qualidade superlativa, mas também é preciso que ele melhore esse aspecto (cartões), porque não foi só uma vez. Eu sei que ele está trabalhando para melhorar. Esse é o caso do Zé Ivaldo”, ponderou.
O comandante celeste optou por começar a partida com três zagueiros de ofício, sendo mantida a trinca Neris, João Marcelo e Lucas Villalba. Contudo, sofreu grande pressão do Atlético no primeiro tempo e optou por mexer no time. Zé Ivaldo entrou no clássico na vaga de Villalba, na volta do intervalo, quando o Atlético vencia por 2 a 0. Ele teve atuação segura e ascendeu o ímpeto do Cruzeiro em busca do empate.
Larcamón ainda rasgou elogios ao camisa 5 estrelado e afirmou que Zé Ivaldo é o melhor zagueiro com quem já trabalhou na carreira.
“Hoje, o Zé Ivaldo foi uma decisão que a gente tomou. Não entendo que foi uma decisão que pesou contra o time. Volto a falar, ele é um excelente zagueiro é o melhor que comandei em minha carreira. Eu também preciso falar das voltas de jogadores que desabrocharam o jogo e foram decisivas”.
HULK INDIGNADO
O atacante Hulk, que marcou um belo gol contra o Cruzeiro, mostrando calma e categoria na conclusão do lance, saiu de campo indignado com a postura do árbitro Felipe Fernandes de Lima. Em entrevista na zona mista, o jogador do Galo desabafou, ao afirmar que a crítica não se deve ao desempenho do profissional, mas sim pela ‘arrogância’ nos 90 minutos.
“A minha revolta não foi pelo desempenho do árbitro em si, acho que ele esteve bem, tanto é que quando pedi pênalti ele fala que o zagueiro tocou na bola primeiro”, iniciou o jogador. “Mas em questão de comportamento é lamentável, uma arrogância tamanha que eu nunca vi, uma arrogância e falta de humildade muito grande. Todas as vezes que cheguei para conversar com ele, virou as costas. Eu sou capitão do time, vou chegar para falar com respeito. O mínimo é escutar, porque se eu faltar com respeito ele pode me punir”, lamentou Hulk.
HERÓI DA RAPOSA
Juan Dinenno foi o herói do Cruzeiro no empate por 2 a 2 com o Atlético. No apagar das luzes, aos 49min do segundo tempo, o atacante se posicionou entre Bruno Fuchs e Mariano e ficou livre para receber o cruzamento de João Marcelo. O cabeceio pegou o goleiro Everson de surpresa e garantiu o empate à Raposa no jogo de ida da final do Campeonato Mineiro.
Dos cinco gols de Dinenno pelo Cruzeiro, quatro foram de cabeça – números que correspondem a 80%. Foi na bola aérea que o argentino ajudou a equipe a ganhar de Patrocinense (3 a 0), Democrata-GV (3 a 1) e Pouso Alegre (2 a 0) na primeira fase do estadual.
O camisa 9 ainda balançou a rede na estreia pelo clube, mas com o pé: triunfo por 2 a 1 em cima do Villa Nova. Dinenno, de 29 anos, já disputou 12 partidas em 2024. Além de mostrar qualidade na bola aérea, o centroavante de 1,85m incomoda os zagueiros adversários fazendo o pivô para as infiltrações do meia Matheus Pereira e do atacante Arthur Gomes. ■