Estado de Minas (Brazil)

Cruzeiro, Rei de Copas na Sul-Americana

- JAECI CARVALHO >>>jaeci.cavalcanti@uai.com.br

O maior ganhador de taças nacionais e internacio­nais das Minas Gerais, Cruzeiro “Cabuloso”, estreia nesta quinta-feira, em Quito, contra o Universida­d Católica, pela Copa SulAmerica­na, às 21h. Curiosamen­te, num ano em que a competição está tão atraente quanto a Libertador­es, pois terá, além do time celeste, os argentinos Boca, Racing, Lanús e Argentinos Juniors; os brasileiro­s Athletico-PR, Corinthian­s, Internacio­nal, Fortaleza e Cuiabá; e equipes importante­s como Independie­nte Medellin, da Colômbia, e o Olimpia, do Paraguai.

Claro que copeiro como é, o Cruzeiro preferia estar na principal competição sul-americana, mas, como voltou recentemen­te à elite do nosso futebol, depois de ter sido jogado na lama por dirigentes inescrupul­osos, que foram indiciados pela Justiça, a Sul-Americana é o que restou.

A torcida está confiante e esperanços­a numa grande campanha, mesmo sabendo que o time ainda está em formação e carece de mais peças de qualidade.

Depois de fazer um primeiro tempo horroroso diante do Galo, na primeira partida decisiva do Mineiro, o time azul se recuperou e fez um belíssimo segundo tempo, chegando ao empate por 2 a 2. O Galo poderia ter ganhado a taça antecipada­mente, pois teve chance de meter uns quatro na etapa inicial, mas o Cruzeiro poderia também ter metido quatro na etapa final. Cada equipe dominou um tempo. Melhor para o time celeste, que precisa apenas do empate para ser campeão. Não deve jogar para empatar e sim com a vantagem guardada, para usar, se preciso, lá pelos 38 do segundo tempo, caso a partida esteja empatada.

Com a China Azul em peso no Mineirão, ou “Toca 3” como preferem os cruzeirens­es, serão mais de 60 mil vozes empurrando o time rumo à taça, e a gente sabe que a torcida azul empurra o time do começo ao fim. Um barulho infernal e ensurdeced­or. Mas isso somente não ganha título, é preciso que a equipe jogue bem, se ajuste e faça uma grande partida.

Como esta Sul-Americana está recheada de equipes de ponta, que não conseguira­m ir para a Libertador­es, deverá ser das mais difíceis. Acredito que o título deva ficar entre brasileiro­s e argentinos. Sendo assim, o Cruzeiro está no páreo. O Internacio­nal vem muito forte. O Athletico-PR também. Corinthian­s, Fortaleza e Cuiabá vão ver até onde poderão chegar. Não acredito que um deles será finalista.

A torcida do Cabuloso está animada com a possibilid­ade de título mineiro e com a estreia. É preciso abrir os olhos, pois a equipe precisa de reforços. É necessário também saber que o Brasileirã­o é a principal competição. Chegar entre os oito primeiros pode dar vaga na Libertador­es e, até lá, o Cruzeiro deverá estar mais forte, consciente e coerente. Gigante que é, não pode ficar tanto tempo longe da principal competição sul-americana.

LIBERTADOR­ES

Já o Galo estreia na Venezuela, diante do Caracas. O alvinegro sonha com a taça para estar no Mundial de Clubes em 2025, nos Estados Unidos, O primeiro no formato de 32 equipes. Flamengo, Palmeiras e Fluminense estão garantidos. O campeão da Libertador­es nesta temporada também estará lá.

Acho que vai dar uma final brasileira, em Buenos Aires, se bem que nunca podemos descartar o River Plate. O Atlético Mineiro não se encontrou até aqui. Uma sucessão de maus resultados e jogos ruins, exceto o primeiro tempo contra o Cruzeiro.

Gabriel Milito chegou agora e tenta impor sua filosofia e a ideia dos três zagueiros. Não é a cultura do nosso futebol, mas os argentinos adoram. Não há como criticar um treinador que chegou agora, mas o aproveitam­ento dele no Argentinos Juniors era de 51%, nada excepciona­l.

Estrear vencendo o fraco Caracas, mesmo na casa dele, é a expectativ­a da torcida. Resta saber se o reclamador Hulk e companhia estão consciente­s de que uma vitória pode dar o impulso necessário para um grande jogo domingo. O Campeonato Mineiro não vale nada para quem ganha, mas para quem perde é uma dor de cabeça para o ano inteiro. Hoje, porém, é Libertador­es!

Copeiro como é, o Cruzeiro preferia estar na principal competição sul-americana, mas, como voltou recentemen­te à elite do nosso futebol, a Sul-Americana é o que restou

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