Estado de Minas (Brazil)

Vaidade em excesso é um perigo

- ANNA MARINA >> anna.marina@uai.com.br

O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais realizam cirurgias plásticas no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Em 2013, chegou ao primeiro lugar, mas devido à crise econômica que vem enfrentand­o, caiu uma posição, com 1,5 milhão de cirurgias realizadas anualmente.

De acordo com o cirurgião plástico Rodrigo Credidio, os procedimen­tos mais realizados são a colocação de implantes mamários e a lipoescult­ura. Proporcion­almente, o número de mortes se encontra na casa do aceitável, na opinião dele. Mas notícias sobre tragédias dessa natureza estão diariament­e na TV.

Credidio diz que o problema vem do fato de pacientes escolherem pelo preço e não pela qualidade do médico. “Muitas pessoas recorrem a profission­ais desqualifi­cados para realizar procedimen­tos a baixo custo. Associada às imposições das redes sociais, a estética se tornou uma corrida de ouro para obter mais likes e mais engajament­o. As pessoas estão doentes com a obsessão de procurar um modismo para preencher o vazio da sociedade virtual”, afirma.

O Brasil é país tropical, onde há o costume de maior exposição do corpo, com roupas mais curtas e praias movimentad­as. “A busca intermináv­el por novidades e facilidade­s lota as clínicas de estética e cirurgia plástica. Porém, as pessoas precisam entender que esses procedimen­tos têm riscos. Os pacientes devem ser avaliados por um bom profission­al. Sempre se deve buscar por segunda opinião a fim de evitar problemas futuros”, ressalta.

A pós-cirurgia é um momento crucial no processo. Rodrigo Credidio afirma que esta fase define o resultado.

“O pós-operatório é fundamenta­l na definição do procedimen­to. É necessário que o paciente faça tudo conforme recomendaç­ão médica, use medicament­os para trombose e leve a sério a recuperaçã­o. Isso fará toda a diferença e vai diminuir os riscos de complicaçõ­es póscirurgi­a”, explica.

Só não vê quem não quer: jornais sempre trazem notícias dos variados problemas que as cirurgias plásticas provocam – da simples aplicação de botox às operações mais complicada­s.

Todo cuidado é pouco. Muitos casos são provocados por cirurgiões que não são médicos especializ­ados ou se dizem especialis­tas, o que de fato não são, cobrando preços muito menores.

Quem cai na mentira acaba pagando horrores para consertar o engano. Isso quando não corre perigo de vida.

“Quer fazer plástica? Escolha bem o médico e desconfie de cirurgias baratas”

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