Varredura em penitenciária de RR recolhe de arma branca a geladeira
Pente-fino na carceragem envolveu homens do Exército; 33 presos foram mortos na unidade em 6 de janeiro
Boa Vista - Sessenta e uma geladeiras, 31 televisores, 23 fogões de pequeno porte e 136 armas brancas. Essa é parte dos itens encontrados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), onde 33 detentos foram mortos em rebelião no início de janeiro. O balanço da varredura da última sexta-feira (27), que envolveu o Exército, inclui 56 celulares, 12 DVDs e aparelhos de som, três botijões de gás, duas máquinas de tatuagem, entre outros itens. Na ação, foram utilizados detectores de metais de chão e de parede.
Os militares só entraram no complexo após o isolamento dos detentos num pátio. Com o agravamento da crise no sistema prisional, o presidente Michel Temer reconheceu que a situação ganhou “contornos nacionais” e liberou as Forças Armadas para atuarem dentro das prisões brasileiras.
Outros Estados também formalizaram à Presidência Segundo o Ministério da Defesa, devem ocorrer varreduras em penitenciárias do Amazonas, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
MASSACRE Trinta e três presos foram mortos no dia 6 de janeiro na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), a maior de Roraima, durante uma briga de facções. O caso envolveu presos ligados ao Comando Vermelho e ao PCC (Primeiro Comando da Capital), facção mais numerosa na penitenciária, após alguns deles quebrarem cadeados e invadirem a ala onde ficavam homens de menor periculosidade.
A maior parte das vítimas foi decapitada. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Sejuc), havia 1.475 presos na unidade quando o massacre aconteceu - a capacidade é para 750 detentos. Foi o terceiro pior massacre já ocorrido dentro de uma unidade prisional na história do País e aconteceu quatro dias depois de 56 presos serem mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. O pior deles foi em 1992, quando uma ação policial terminou com 111 presos mortos no caso que ficou internacionalmente conhecido como massacre do Carandiru, em São Paulo.
pedidos de entrada do Exército nas penitenciárias. Segundo o ministro, os procedimentos estão em fase de preparação e acontecerão nos próximos dias. De acordo com ele, porém, isso só ocorrerá em penitenciárias sem riscos de conflitos com os detentos.