Manila anuncia pausa na guerra às drogas
São Paulo - A Polícia Nacional das Filipinas anunciou nesta segunda (30) que vai dissolver seu grupo especial de combate a drogas ilegais (AIDG, na sigla em inglês) para “limpar a organização de membros corruptos”. A declaração foi dada pelo chefe da polícia, Ronald “Bato” dela Rosa, em meio à crise provocada pela morte de um empresário sul-coreano. Jee Ick-joo foi retirado de sua casa numa operação antidrogas nos arredores de Manila. Segundo o Departamento de Justiça, policiais o estrangularam e extorquiram a família por resgate fingindo que ele estava vivo.
A chamada “guerra às drogas” das Filipinas foi lançada pelo presidente Rodrigo Duterte, eleito em maio de 2016, e já deixou 7.076 mortos desde a posse, em 1º de julho, até esta segunda. Do total, 2.551 mortes são atribuídas à polícia e 3.603, a grupos de extermínio. No mesmo período, morreram em ação 35 policiais e 3 militares.
A Conferência dos Bispos das Filipinas chegou a comemorar publicamente a suspensão da guerra às drogas, mas o presidente Duterte afirmou em entrevista que a guerra vai durar até o final de seu mandato (em junho de 2022). Na entrevista, o presidente acusou o chefe da AIDG de ser o mentor do sequestro de Jee e afirmou que 40% da corporação é corrupta. Disse ainda que criará uma nova unidade de combate ao narcotráfico, liderada pela Agência Antidrogas das Filipinas.
Desde a campanha eleitoral, Duterte tem prometido defender policiais que matem suspeitos em legítima defesa, mas afirmou que mataria os que cometessem crimes, porque eles são “piores que os criminosos”.