Folha de Londrina

RETORNO -

UBS foi reaberta e o ano letivo na escola e no centro de educação infantil pôde ser iniciado

- Simoni Saris Reportagem Local

Após ter sido fechada devido à falta de segurança, a UBS do Novo Amparo reabriu as portas ontem. O ano letivo no CMEI e na escola municipal, que deveria ter começado na quinta-feira, teve início. Com presença ostensiva da PM e da Guarda Municipal, moradores tentam voltar à rotina

Depois de viverem dois meses de inseguranç­a, os moradores do Conjunto Novo Amparo (zona norte de Londrina) começam a retomar a rotina. Nesta segunda-feira (30), a unidade básica de saúde que havia fechado as portas no dia 16 voltou a funcionar normalment­e e o ano letivo no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Novo Amparo e na Escola Municipal Elias Kauam pôde ser iniciado. Os moradores dizem estar mais seguros com a presença ostensiva da Polícia Militar e da Guarda Municipal nas ruas. A tensão no bairro começou em novembro do ano passado em razão do que a Polícia Militar acredita ser um conflito entre dois grupos de traficante­s rivais que resultou em tiroteios e homicídios.

No CMEI e na escola municipal, as atividades deveriam ter voltado na última quintafeir­a, mas com a situação de inseguranç­a no bairro, o início das aulas foi adiado para segunda. Das 42 crianças da educação infantil que deveriam estar no CMEI pela manhã, 12 faltaram, mas a expectativ­a era de que no período da tarde a frequência aumentasse. “Uma mãe vai falando para a outra que voltou e amanhã (terça-feira) já deve estar normalizad­o”, disse uma funcionári­a. “Hoje parece que está tranquilo. O módulo móvel da Polícia Militar está circulando e dá até para confiar e trazer o filho para a creche. A gente fica preocupado se a PM vai embora. O problema é a chegada e a saída. É isso o que preocupa a gente”, comentou a mãe de um menino de 2 anos de idade que frequenta a creche e outro de 10 anos matriculad­o na escola municipal. “Estou me sentindo bem segura agora com a polícia na ativa. Agora, provavelme­nte, deve voltar a rotina na escola”, afirmou outra mãe.

Durante o período de tensão, a Secretaria Municipal de Educação cogitou realocar os alunos da Escola Municipal Elias Kauam para uma escola na Vila Portuguesa (Centro), arcando com os custos de transporte. Mas com a garantia do reforço na segurança, as crianças puderam iniciar as aulas na própria escola do bairro. “Não sei se estamos mais seguros. É uma incógnita. Ficamos na expectativ­a, mas tranquilo não estamos, não. No ano passado e nas férias, estava tendo tiros a qualquer hora do dia. Eles respeitam a escola, mas o nosso medo é das balas perdidas. Por nós, funcionári­os, e pelos alunos também”, disse uma servidora. “As crianças também ficam inseguras. Essa situação afetou muito o emocional delas. As pessoas ficam com medo até de sair nas ruas.”

A secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, disse que o número de alunos que comparecer­am ao primeiro dia de aula na escola municipal foi baixo, mas a expectativ­a é que a grande maioria retorne nesta terça-feira. Em razão da violência no bairro, disse a secretária, cerca de 20 alunos pediram transferên­cia para outras escolas, mas nem todos tiveram o pedido atendido. “Todos os funcionári­os voltaram hoje (segunda) e os estudantes devem retornar também e amanhã (terça) deve estar normal.” A escola tem hoje 194 matriculad­os no ensino fundamenta­l.

ALÍVIO

No posto de saúde, os usuários estavam aliviados com a retomada dos atendiment­os. Durante o período em que as atividades foram suspensas, uma moradora do Conjunto Farid Libos contou que precisou de atendiment­o e teve de se deslocar até a unidade do Conjunto Milton Gavetti. “O atendiment­o lá estava tranquilo, mas é bem mais longe. Para os idosos, é difícil andar até lá”, disse. “Eu me sinto segura porque a viatura está aqui em frente”, comentou outra usuária.

Quando a reportagem da FOLHA chegou à UBS do Novo Amparo, o módulo móvel da PM estava estacionad­o em frente. Quando o módulo saiu, chegaram uma viatura e um ônibus da Guarda Municipal. “A Diretoria de Atenção Primária está monitorand­o e acredito que não vamos ter problemas. Durante a reunião na Câmara Municipal, na semana passada, pedimos o apoio da Guarda Municipal”, disse o secretário municipal de Saúde, Luiz Soares Koury.

O diretor operaciona­l da Guarda Municipal, Daniel Sakama, informou que a permanênci­a da corporação no Novo Amparo é por tempo indetermin­ado, até que se julgue necessário uma presença mais ostensiva das equipes de segurança. “O bairro já está incluído na nossa rota de patrulhame­nto, que não vai parar. Mas a permanênci­a do nosso pessoal vai se prolongar enquanto se julgar necessário.”

O capitão Marcelo Barros do Nascimento, comandante interino da 4ª Companhia Independen­te da Polícia Militar, não foi localizado pela reportagem.

“Eles respeitam a escola, mas o nosso medo é das balas perdidas”

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Fotos: Saulo Ohara O número de alunos que comparecer­am ao primeiro dia de aula na escola municipal foi baixo, mas a expectativ­a é que a grande maioria retorne nesta terça-feira
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Diretoria da Guarda Municipal garante que permanênci­a da corporação é por tempo indetermin­ado

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