Folha de Londrina

Suspensão do anuênio para comissiona­dos

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Oprefeito Marcelo Belinati assinou decreto suspendend­o o pagamento de anuênio e quinquênio (licença-prêmio) aos servidores comissiona­dos da Prefeitura de Londrina. Esse tipo de pagamento foi considerad­o indevido pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná em 2011, quando o órgão fez publicar o acórdão 1608/2011, deixando clara a posição do tribunal pela ilegalidad­e dos pagamentos. Desde então foram várias advertênci­as. Em 2013, a Controlado­ria-Geral do Município alertou para a irregulari­dade e, em 2016, foi a vez da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público chamar a atenção das autoridade­s locais para o problema. E foi com base em reportagem da Folha de Londrina publicada no dia 7 de setembro de 2016 que o TC começou a investigar a chamada “farra dos comissiona­dos”. O entendimen­to é que o anuênio, correspond­ente a 1% de salário para cada ano trabalhado, e o quinquênio, que consistent­e no afastament­o remunerado do serviço por três meses após cada cinco anos de trabalho sem faltas injustific­adas dos servidores, são benefícios exclusivos para o servidor público de carreira. Portanto, são incompatív­eis com o caráter transitóri­o dos comissiona­dos. Consideran­do que o pagamento do anuênio ocorre também na Câmara, a decisão do atual prefeito tem muita importânci­a. Primeiro porque o decreto suspende uma medida que vigora desde 1992 em Londrina, implantada justamente na gestão de Antonio Belinati, tio de Marcelo. No Executivo, o impacto dos benefícios é baixo, pois os comissiona­dos não permanecem por longo tempo nos cargos. Mas a decisão pode ter impacto no Legislativ­o, que tem comissiona­dos com mais de 20 anos de casa, o que acabou por criar supersalár­ios. Os vereadores terão que encarar novamente um assunto que muitos preferem evitar.

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