Crime contra a cafeicultura brasileira
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, está em vias de autorizar a importação de café tipo robusta, produzido no Vietnã, de maneira açodada e muito estranha. Há dúvidas sérias quanto à informação da Conab da existência de apenas dois milhões de sacas em estoque. Na realidade, o órgão burocrático não tem informações confiáveis quanto ao estoque efetivo no Brasil que, como asseguram os agricultores, passa de quatro milhões de sacas. No Brasil, os dados estatísticos, econômicos, financeiros e orçamentários são duvidosos e não há transparência. O simples fato do anúncio de importação de café, parou o mercado de compra e venda, uma vez que tal proposta atende apenas aos produtores de café solúvel que não estão nem aí para empregos e produtores brasileiros. Além disso, o “blend” do café solúvel no Brasil traz casca, madeira, milho, cevada, restos de insetos o que desvaloriza o produto, embora o marketing alegue que melhora a qualidade e sabor, grossa mentira que busca o lucro à custa de oferecer péssimo café solúvel aos brasileiros. Além de prejudicial econômica e financeiramente aos produtores, que já foram os maiores e melhores do mundo, há problemas fitossanitários terríveis com a importação de pragas estranhas ao café brasileiro. Ministro, é hora de valorizar o café brasileiro, de rotular as embalagens para que todos consumidores saibam o que estão bebendo e não é o momento de atender multinacionais que aqui nada deixam e levam um lucro absurdo para suas matrizes. Importar café e não rotular as embalagens de café, sr. ministro, é crime de lesa pátria.
JAYME DE AZEVEDO LIMA (advogado) – Jacarezinho