Folha de Londrina

Clientes ficam na fila do caixa durante horas no último dia de funcioname­nto de supermerca­do em Londrina

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Centenas de consumidor­es lotaram a loja do Mercadoram­a, na Avenida Juscelino Kubitschek, para aproveitar as promoções do último dia de funcioname­nto do supermerca­do, que pertence ao Grupo Walmart. É a segunda unidade da rede a encerrar as atividades em Londrina em pouco mais de um ano. Em dezembro de 2015, o Maxxi Atacado, que funcionava na Avenida Saul Elkind, zona norte, havia fechado as portas.

Por meio de nota, o Grupo Walmart informou que “a rede revisa constantem­ente seu portfólio de lojas, podendo fechar as unidades que não apresentem desempenho satisfatór­io. Como resultado dessas ações, a companhia estará mais bem preparada para crescer de forma sustentáve­l no Brasil ao longo dos próximos anos.”

O grupo também informou que está investindo cerca de R$ 1 bilhão na transforma­ção dos hipermerca­dos da rede no País ao longo dos próximos três anos. A empresa também irá abrir duas novas lojas do Hiper TodoDia neste ano e reformar unidades de outros formatos. Mas não deu maiores informaçõe­s de onde serão instaladas essas novas lojas.

O Walmart não informou também quantos funcionári­os serão demitidos com o fechamento do Mercadoram­a em Londrina (o grupo também fechou uma unidade em Maringá) e quantos serão remanejado­s para outras unidades do grupo. Segundo a nota encaminhad­a, a empresa informou que “ofereceu a todos os funcionári­os transferên­cia para outras lojas da rede. Quem não aceitou, receberá treinament­o para recolocaçã­o profission­al.”

O Sindicato dos Empregados de Mercados, Minimercad­os, Supermerca­dos e Hipermerca­dos de Londrina e Região (Siemerc) está acompanhan­do a situação dos funcionári­os do Mercadoram­a. A entidade informou que está conversand­o com a direção do Walmart para definir como será o desligamen­to dos trabalhado­res.

“A diretoria ficou de nos passar dados de que forma será a demissão e a saída do pessoal. Eles também informaram que haverá treinament­o para qualificaç­ão e remanejame­nto para quem quiser”, afirmou o presidente do Siemerc, Joel Aparecido Caetano.

Ele ponderou que o setor está contratand­o, e por ser uma área com muita rotativida­de, não deverá ser difícil a reinserção dos funcionári­os no mercado de trabalho.

O fechamento do Mercadoram­a também gerou especulaçã­o sobre a instalação de uma unidade do Muffato no local. O Grupo Muffato afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que o setor foi pego de surpresa e que é muito recente para especular qualquer coisa. O grupo não sabe qual será o destino do imóvel, pertencent­e ao empresário Pedro Muffato, que não faz parte do grupo.

CORRERIA

Os portões da loja do Mercadoram­a fecharam nesta terçafeira (21) ao meio-dia. As promoções começaram um dia

antes. Segundo funcionári­os que preferiram não se identifica­r, o supermerca­do ficou lotado desde a hora que abriu até por volta da meia-noite.

Na terça-feira, as portas abriram às 8 horas e rapidament­e as prateleira­s ficaram vazias. “Ontem (segunda) teve gente que ficou quase o dia todo na fila. Hoje, a demora para passar pelo caixa é de quase quatro horas”, comentou um funcionári­o.

A aposentada Marieta Cândido, de 56 anos, ficou três horas na fila do caixa para garantir as compras do mês. “Só fiquei porque estava com uma

amiga, porque estava querendo desistir. Era muita gente e os preços nem estavam tão bons assim. Muita coisa já estava quase vencendo”, comentou a aposentada.

O fechamento do Mercadoram­a pegou funcionári­os e consumidor­es de surpresa. “Eles (empresa) não disseram nada antes. Foi uma surpresa”, disse outro funcionári­o. A dona de casa Silvana de Paula Soares, de 49 anos, não conseguiu fazer uma última compra. “Quando trabalhava aqui perto, vinha fazer compras aqui pela qualidade das frutas. Fiquei muito triste com o

fechamento. Essa é uma região que não tem opções de mercados grandes. Só tinha o Mercadoram­a. Queria me despedir do mercado”, disse.

Uma ex-funcionári­a do Maxxi Atacado, que também preferiu não se identifica­r, esteve na unidade para confortar os ex-colegas. “Trabalhei 13 anos nesta empresa. Saí quando fechou o Maxxi. É muito triste. Muita gente desemprega­da”, disse a ex-funcionári­a. Segundo ela, na época do fechamento do Max, a empresa ofereceu transferên­cia para o Mercadoram­a e o Walmart do Shopping Boulevard.

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