Jucá pede desculpas por citar ‘suruba’
O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDBRR), pediu desculpas nessa terça-feira (21) por ter usado o termo “suruba selecionada” ao se referir à proposta de restringir o foro privilegiado para processos judiciais envolvendo agentes públicos. “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí, é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”, disse na segunda-feira (20) o peemedebista em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
A afirmação de Jucá - investigado na Operação Lava Jato - foi uma reação à proposta em debate no Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir o alcance da prerrogativa dos políticos ao mandato em exercício. Caso a medida avance, o peemedebista defende abranger integrantes do Judiciário e do Ministério Público. A proposta em discussão é que o direito só valha para denúncias de crimes praticados durante o exercício do mandato.
Na entrevista dessa terçafeira, o senador repetiu que a redução do foro não poderia valer só para o Legislativo. Mas afirmou que ontem sua declaração fora retirada de contexto. Alegou haver citado a música da banda Mamonas Assassinas, “Vira-vira”, para fazer referência ao termo suruba, mas que a reportagem não registrou tal fato.
Contudo, na entrevista feita ontem pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que foi integralmente gravada e presenciada por outras pessoas, o senador não fez qualquer referência à música dos Mamonas.
Primeiro, o senador falou em “suruba” para criticar a possibilidade de o foro ser restrito apenas a quem tenha mandato eletivo. Depois, ressaltou que o Supremo ainda vai decidir se caberá à própria Corte alterar a interpretação do foro ou apenas por meio de uma mudança na Constituição pelo Legislativo. “Não é coisa de curto prazo, para amanhã”, disse.
-como já é hoje para o presidente da República.
A apresentação do projeto repercutiu mal e, no mesmo dia, Jucá decidiu retirar a proposta de tramitação.
Na segunda (20), porém, o senador voltou a defender sua PEC, criticou a imprensa e disse que não vai se “acovardar” diante de críticas.
Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Jucá reagiu à disposição dos ministros do STF de restringir a prerrogativa de foro dos políticos. “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí, é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”, disse ao jornal.