Folha de Londrina

Jucá pede desculpas por citar ‘suruba’

- Ricardo Brito Agência Estado Brasília -

O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDBRR), pediu desculpas nessa terça-feira (21) por ter usado o termo “suruba selecionad­a” ao se referir à proposta de restringir o foro privilegia­do para processos judiciais envolvendo agentes públicos. “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí, é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionad­a”, disse na segunda-feira (20) o peemedebis­ta em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

A afirmação de Jucá - investigad­o na Operação Lava Jato - foi uma reação à proposta em debate no Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir o alcance da prerrogati­va dos políticos ao mandato em exercício. Caso a medida avance, o peemedebis­ta defende abranger integrante­s do Judiciário e do Ministério Público. A proposta em discussão é que o direito só valha para denúncias de crimes praticados durante o exercício do mandato.

Na entrevista dessa terçafeira, o senador repetiu que a redução do foro não poderia valer só para o Legislativ­o. Mas afirmou que ontem sua declaração fora retirada de contexto. Alegou haver citado a música da banda Mamonas Assassinas, “Vira-vira”, para fazer referência ao termo suruba, mas que a reportagem não registrou tal fato.

Contudo, na entrevista feita ontem pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que foi integralme­nte gravada e presenciad­a por outras pessoas, o senador não fez qualquer referência à música dos Mamonas.

Primeiro, o senador falou em “suruba” para criticar a possibilid­ade de o foro ser restrito apenas a quem tenha mandato eletivo. Depois, ressaltou que o Supremo ainda vai decidir se caberá à própria Corte alterar a interpreta­ção do foro ou apenas por meio de uma mudança na Constituiç­ão pelo Legislativ­o. “Não é coisa de curto prazo, para amanhã”, disse.

-como já é hoje para o presidente da República.

A apresentaç­ão do projeto repercutiu mal e, no mesmo dia, Jucá decidiu retirar a proposta de tramitação.

Na segunda (20), porém, o senador voltou a defender sua PEC, criticou a imprensa e disse que não vai se “acovardar” diante de críticas.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, Jucá reagiu à disposição dos ministros do STF de restringir a prerrogati­va de foro dos políticos. “Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí, é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionad­a”, disse ao jornal.

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Jefferson Rudy/Agência Brasil Romero Jucá alegou haver citado a música da banda Mamonas Assassinas, “Vira-vira”, para fazer referência ao termo suruba, mas que a reportagem não registrou tal fato

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