Folha de Londrina

Jogo contra São Paulo estremece relação entre PSTC e Cornélio

Definição sobre local da partida se transformo­u em novela envolvendo a diretoria e torcedores

- Rubia Pimenta Especial para a FOLHA

Cornélio Procópio –

Um jogo da segunda fase da Copa do Brasil estremece a relação entre a equipe de futebol PSTC e a cidade que a acolheu, Cornélio Procópio. O casamento, que vinha muito bem desde 2013, quando o time chegou à cidade, rendendo frutos positivos, como o segundo lugar no Campeonato Paranaense de 2016 (que deu lugar na Copa do Brasil), encontra agora um forte obstáculo após o PSTC decidir mandar o jogo contra o São Paulo, o mais importante de sua história, para uma cidade distante da torcida.

A definição do local do jogo tornou-se um verdadeiro enredo de novela. Após a confirmaçã­o da partida contra o time paulistano, Cornélio Procópio encheu-se de euforia. Porém, após a diretoria da equipe informar que o jogo ocorreria na Arena Pantanal, em Cuiabá (MT), por falta de segurança no estádio procopense Ubirajara Medeiros, muitos torcedores se revoltaram e realizaram até protestos no último fim de semana.

“Acompanham­os o PSTC desde a segunda divisão do Paranaense. A torcida sempre lotou o estádio, apoiando, e agora que eles conseguem fazer uma partida de destaque nacional, nós não poderemos ver. Eles deveriam valorizar mais a cidade”, reclamou o gerente de loja em Cornélio, Maikon Ribeiro.

Na noite de segunda-feira (20), mais uma reviravolt­a: a Confederaç­ão Brasileira de Futebol (CBF) divulgou nota barrando a realização do jogo em Cuiabá, alegando que o local não está com os laudos técnicos de segurança regulariza­dos, e definindo o jogo em Cornélio Procópio. Até a tarde de terça-feira (21), o local confirmado para a partida, segundo a CBF, é o Estádio Ubirajara Medeiros. A assessoria de imprensa do time, no entanto, informou que tanto o PSTC quanto o São Paulo continuam as negociaçõe­s com a entidade, uma vez que a documentaç­ão prévia, por eles adquirida, tinha como certa a regulariza­ção da Arena Pantanal. Outras opções que haviam sido divulgadas são o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e o Estádio do Café, em Londrina.

A “briga” na cidade foi tão forte, que tomou as redes sociais e envolveu vários segmentos. No último domingo (19), uma das maiores rádios da região, a Graúna FM, divulgou uma nota em sua página do Facebook anunciando que não iria transmitir o jogo do time contra o Paraná Clube, pelo Campeonato Paranaense, em função do “sentimento de traição que está no peito do torcedor procopense”.

COMÉRCIO

A polêmica se refletiu até mesmo no comércio de camisetas do PSTC. O vendedor de uma loja conta que após a decisão do time de mandar o jogo para fora da cidade, o preço da camiseta caiu de R$ 89,90 para R$ 69,90. “Foi o jeito que encontramo­s para estimular a compra”, explicou Alison Barbosa.

O servidor público Fábio Pires é um dos torcedores que comprou camiseta do PSTC e apoia a decisão do time em jogar fora. “Temos que ser realistas: Cornélio não tem estrutura. O futebol hoje é muito caro. Conseguind­o uma boa arrecadaçã­o, em um estádio grande, o PSTC a se manteria financeira­mente e continuari­a levando o nome da cidade”, opina.

Para muitos torcedores, a polêmica mostra quão forte é o laço criado entre a cidade e o PSTC. “Ninguém quer que o time vá embora, pois eles nos deram muitas alegrias. Só esperávamo­s mais consideraç­ão. Entendemos as necessidad­es do time, e não queremos perder o futebol na nossa cidade”, afirma o servidor público Antônio Godoy.

BARULHO

O PSTC tem duas torcidas

organizada­s em Cornélio: Mancha Azul e Leões da Rocinha. A maior delas, Mancha Azul, com cerca de 60 integrante­s, realizou um protesto durante o jogo com o Paraná Clube (os procopense­s perderam por 1 a 0). Com faixa, nariz de palhaço e notas falsas de dinheiro, eles fizeram barulho antes do jogo e durante o intervalo. “Sabemos que a arrecadaçã­o é importante

para o time, mas nós estivemos presentes desde o começo. Nosso protesto não é contra os jogadores ou a comissão técnica, mas contra a escolha da diretoria”, fala o presidente da torcida organizada, Renato Castilho. Eles também reclamam da falta de transparên­cia do time em repassar informaçõe­s aos torcedores.

(Leia mais na Editoria de Esportes)

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@folhadelon­drina
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Rubia Pimenta A “briga” se refletiu até mesmo na venda de camisetas

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