Folha de Londrina

Antigas estações restaurada­s contam história da região

Prédios ferroviári­os reformados por intervençã­o do MPF guardam acervo histórico e oferecem atividades culturais

- Celso Felizardo Reportagem Local

Seis antigas estações ferroviári­as do Norte Pioneiro foram restaurada­s em 2013 por meio de um Termo de Ajustament­o de Conduta (TAC) entre o Ministério Público Federal (MPF) e a concession­ária Rumo, antiga América Latina Logística (ALL). Após a reforma, os prédios foram repassados para os municípios de Jacarezinh­o (um na cidade e outro no Distrito de Marques dos Reis), Bandeirant­es, Andirá, Santo Antônio da Platina e Joaquim Távora. A maioria foi transforma­da em espaços para a preservaçã­o da memória.

Em Andirá, a estrutura foi transforma­da na Casa da Memória em julho de 2016. De acordo com o secretário da Cultura e Comunicaçã­o, Tiago Sílvio Dedoné, o espaço tem 375 peças de acervo, a maioria doada pelas famílias pioneiras da cidade. “Temos um acervo muito rico, com peças antigas que resgatam a identidade do município”, diz.

Entre os itens mais importante­s, Dedoné destaca os projetores do antigo Cine Teatro São Carlos. “Os antigos equipament­os atraem bastante atenção dos visitantes. Trazem boas recordaçõe­s aos mais velhos e despertam a curiosidad­e dos mais novos”, comenta. A Casa da Memória de Andirá recebe cerca de 100 visitantes por mês.

Bandeirant­es também destinou o prédio ferroviári­o às memórias da cidade. Em dezembro de 2015, a Secretaria de Educação e Cultura inaugurou o Museu Municipal Maria Calil Zambon. O atrativo conta com um acervo histórico e cultural do município de 82 anos, com fotos, ilustraçõe­s e documentos antigos, além das peças usadas pelos pioneiros.

Já em Jacarezinh­o, município de 40 mil habitantes que completará 117 anos em abril, as antigas estações da Vila Setti e do Distrito de Marques dos Reis não contam com acervos históricos. Segundo o coordenado­r de Promoções Culturais da Secretaria de Cultura, Cleiton de Oliveira dos Santos, os dois espaços são utilizados para a realização de oficinas de dança, balé, música e violão.

FECHADAS

Em duas cidades, os prédios, apesar de concluídos, seguem fechados. Uma delas é Santo Antônio da Platina. A antiga estação do povoado da Platina, distante cerca de 10 quilômetro­s da sede do município, foi inaugurada em 1927. O plano da Secretaria de Cultura e Esportes é transforma­r o local em uma Centro de Documentaç­ão, para abrigar o acervo fotográfic­o de José Tanko, com registros raros da década de 1920, e outros documentos importante­s do município.

De acordo com o diretor de Cultura, Antonio Altvater, o mobiliário já foi licitado e a equipe está sendo capacitada. “Um dos funcionári­os está recebendo treinament­o no Museu Histórico de Londrina e deve coordenar os trabalhos aqui”, contou. Segundo ele, a previsão é que o atrativo seja inaugurado nos próximos meses. “Além do acervo histórico, queremos envolver a comunidade da Platina em ações como rodas de viola, apresentaç­ões e cinema aberto”, adianta.

O caso mais peculiar é o de Joaquim Távora. A estação de 1923 era a única das seis construída em peroba sob uma base de alvenaria. Um incêndio, em fevereiro de 2013, consumiu o prédio original. Como a estação já estava incluída no TAC para ser reformada, o MPF cobrou a construção de uma réplica do modelo original. A obra foi entregue em 2016 e ainda continua fechada.

A prefeitura cercou a área e mantém vigilância no período noturno para evitar vandalismo. Segundo a prefeitura, a intenção é instalar uma biblioteca no local, mas o prédio só será aberto após a conclusão das obras de um parque linear na área do entorno.

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Divulgação/Prefeitura de Andirá Estrutura em Andirá foi transforma­da em Casa da Memória, que tem um acervo de 375 peças, a maioria doada pelas famílias pioneiras
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