Folha de Londrina

Abandonado há décadas, escritório pode virar museu

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O principal símbolo da história de Wenceslau Braz, a antiga estação ferroviári­a que se tornaria centenária em 2018, foi demolido há mais de 20 anos, pouco depois de o trem deixar de passar pela cidade. Desde então, um dos poucos prédios que sobraram da memória do município de 20 mil habitantes é um antigo escritório da rede férrea, a 8ª Residência. Depois de anos de abandono, a estrutura da década de 1940, pode enfim ser restaurada. Os planos da atual administra­ção municipal é transforma­r o espaço em um museu ferroviári­o.

Recentemen­te, a prefeitura entrou em contato com a Rumo, concession­ária que administra a malha ferroviári­a, para negociar a cessão do prédio para uso cultural. “Nosso principal objetivo para a Cultura é a criação de um museu, então nada mais justo com as nossas origens de que seja um museu ferroviári­o, já que Wenceslau Braz nasceu praticamen­te nos trilhos trem”, comenta o prefeito Paulo Leonar.

A paragem do Ramal do Paranapane­ma foi instalada em 1918, no último ano do governo do ex-presidente Wenceslau Braz, que deu nome ao povoado que só se tornaria município em 1935. Das primeiras décadas de colonizaçã­o, restam poucas lembranças: algumas casas de madeira que pertenciam aos trabalhado­res da rede férrea e o Estádio Presidente Vargas, mais conhecido como “Ferroviári­o”. Outra questão discutida com a Rumo é a regulariza­ção do Espaço Chico, um parque construído pela antiga gestão em área pertencent­e à empresa.

Na cidade há pelo menos duas páginas nas redes sociais ligadas à memória do município, principalm­ente das questões ferroviári­as. As postagens de fotos antigas fazem às vezes de museu virtual na cidade. Com a criação de um museu físico, a professora de História Jéssica Christina de Moura espera que essas memórias fiquem consolidad­as e mais acessíveis à toda a população. “Estabelece­r um lugar de contato com a história por meio de um museu é preservar a memória dos homens e mulher que formaram nossa cidade”, ressaltou.

Ela lembra que, na cidade, praticamen­te todos têm um passado ligado à ferrovia. “Meu avô Astholfo de Moura saiu de Ourinhos (SP) para trabalhar como artífice mecânico na estação de Wenceslau Braz. A história dele, com certeza, é semelhante à de muitas outras famílias que constituír­am suas vidas pelo trabalho na ferrovia em Wenceslau Braz. É um passado do qual todos se orgulham”.

(C.F.)

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Divulgação/Prefeitura de Wenceslau Draz A 8a Residência, estrutura da década de 1940, pode ser restaurada: Prefeitura de Wenceslau Braz negocia com concession­ária a cessão do prédio para uso cultural
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Antiga estação ferroviári­a foi demolida há mais de 20 anos

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