Europa celebra revés populista na Holanda
Madri, Espanha - Um dia após vencer um rival populista nas eleições parlamentares da Holanda, o premiê conservador Mark Rutte deu início nesta quinta (16) às negociações para formar seu próximo governo. Rutte, do VVD (Partido Popular para a Liberdade e Democracia), terá 33 dos 150 assentos do Parlamento. São precisos 76 para governar.
Os líderes dos principais partidos se reuniram em Haia, sede do Parlamento holandês, para debater uma coalizão. O processo, em um espectro político fragmentado, poderá demorar meses. O próximo governo provavelmente incluirá o VVD, o conservador CDA (Apelo Democrata Cristão) e o centrista Democratas 66, somados a um quarto aliado. A sigla xenófoba e islamofóbica PVV (Partido da Liberdade), de Geert Wilders, conquistou só 20 assentos e deve ser barrada da coalizão.
O PVV chegou a liderar as pesquisas de opinião e a perspectiva de que Wilders pudesse vencer o pleito causava ansiedade entre líderes europeus. Ele defendia retirar a Holanda da União Europeia.
Os resultados dos votos ainda são preliminares e serão oficializados no dia 21.
A vitória de Rutte foi bem recebida por seus aliados. A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que “a alta participação [de 80%] nas eleições levou a um resultado bastante próeuropeu, um sinal claro”. Ela enfrentará partido de extrema-direita, o AfD (Alternativa para a Alemanha), nas eleições de setembro. O presidente da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, congratulou Rutte dizendo que o resultado era “uma inspiração para muitos”.
Em desacordo com os líderes europeus que congratularam o premiê holandês, o chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, afirmou que a Europa está a caminho de iniciar “guerras religiosas”. A Turquia cortou as relações diplomáticas de alto escalão com a Holanda após dois de seus ministros serem impedidos de participar de comícios no país. E o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tenta ampliar seu poder no referendo de 16 de abril e, para tal, conta com o voto dos expatriados em países como a Holanda.
Vitória de Rutte foi bem recebida por mandatários como a chanceler Angela Merkel