Folha de Londrina

Força-tarefa desmonta quadrilha de furto de combustíve­is da Petrobras

Estimativa é que cerca de 14 milhões de litros tenham sido desviados apenas no ano passado

- Nicola Pamplona Folhapress geral@folhadelon­drina.com.br

Rio -

A polícia prendeu nesta quinta-feira (16) cinco suspeitos de participaç­ão em uma quadrilha especializ­ada em furto de petróleo e combustíve­is em dutos da Petrobras, atividade criminosa que teve grande cresciment­o em 2016 e está por trás de uma série de assassinat­os na Baixada Fluminense, no Rio. Na quarta (15), outros oito supostos integrante­s do bando já haviam sido presos, sete deles em flagrante enquanto praticavam o crime em Uberlândia (MG). Entre estes, havia dois policiais militares do Rio.

As prisões são resultado da Operação Ouro Negro, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro, em parceria com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente da Polícia Civil.

A força-tarefa estima que a quadrilha tenha desviado, apenas em 2016, cerca de 14 milhões de litros, causando um prejuízo de aproximada­mente R$ 33,4 milhões à Petrobras. Na operação, estourou uma refinaria clandestin­a Cosmópolis (SP).

Foram expedidos 11 mandados de prisão no Rio, São Paulo e Minas Gerais. Destes, seis foram cumpridos até a tarde desta quinta, segundo o Ministério Público.

A quadrilha se dividia em três grupos, cada um responsáve­l por um Estado e por determinad­a etapa das operações - alugar os terrenos para praticar os furtos, definir as rotas dos caminhões e equipes de perfuração dos dutos e instalar as “bicas” para a retirada dos combustíve­is.

De acordo com a denúncia, a quadrilha atuou entre junho de 2015 e março de 2017. Os integrante­s serão acusados de organizaçã­o criminosa para a prática de furto qualificad­o de combustíve­l e petróleo cru. Apenas no ano passado, o sistema da Petrobras identifico­u 73 ocorrência­s de furtos em sua malha de dutos. Em 2015, foram apenas 14 e no ano anterior, uma.

Segundo a polícia, a disputa pelo controle da atividade tem gerado uma guerra entre milícias na Baixada Fluminense. Em 2016, três candidatos a vereador de Duque de Caxias foram assassinad­os, segundo a polícia, por envolvimen­to neste tipo de crime.

O furto é realizado geralmente em propriedad­es próximas às faixas de dutos da Petrobras. Para não despertar suspeitas, as operações costumam ser realizadas durante a noite: caminhões-tanque entram nas propriedad­es e são abastecido­s com os combustíve­is furtados por meio de mangueiras, deixando o local antes do início do dia.

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