Folha de Londrina

Atos de apoio à Lava Jato em todo o País

Manifestan­tes percorrera­m as ruas do centro neste domingo pedindo também o fim do foro privilegia­do e da impunidade; protestos ocorreram em diferentes Estados

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Mesmo debaixo do sol forte, o movimento Marcha Londrina realizou um ato ontem à tarde, a partir da rotatória das Avenidas Higienópol­is e Juscelino Kubitschek. Cerca de 300 manifestan­tes saíram pelas ruas em apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro.

Em outras cidades brasileira­s também houve protestos. Segundo o coordenado­r da Marcha Londrina João Victor Custódio Nery, o ato é movido por uma série de reivindica­ções. “Queremos uma reforma política”, disse ele, ao afirmar que não havia expectativ­a de público. “Sabíamos que a adesão seria menor. As pessoas ainda estão acomodadas”, aponta. O protesto foi convocado pelas redes sociais.

Na pauta do movimento está o fim do foro privilegia­do e a manutenção da prisão depois de julgamento em segunda instância. Eles também se mantêm contra o voto com lista fechada, o aumento do fundo partidário, anistia a políticos e partidos, e apoiam a Lava Jato e a “Escola sem Partido”.

Os manifestan­tes subiram a Avenida Higienópol­is e atravessar­am o Calçadão até chegar à Praça da Bandeira. Muitos carregavam a bandeira do Brasil e cartazes de apoio ao juiz Sérgio Moro. Em um deles, Moro aparece vestido de Super-Homem.

A funcionári­a pública aposentada Leonice Medeiros contou que participa de todos os protestos pois é “contra toda a corrupção que está acontecend­o no País”, e avalia que é preciso mais incentivo. “As pessoas estão desmotivad­as. Todo mundo tem que apoiar esses movimentos”, respondeu.

Eliel Aparecido Ribeiro, segurança privado, disse que também estava fazendo sua parte. “Há dois anos co- mecei a me interessar por política e hoje estou aqui, contra anistia ao caixa 2 e o fim da lista do voto fechado”, completou.

Essa foi a primeira manifestaç­ão no ano, dos movimentos Nas Ruas, Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua, que protagoniz­aram em 2015 e 2016, os protestos de impeachmen­t da ex-presidente Dilma Rouseff (PT).

SÃO PAULO

Sete meses depois do impeachmen­t, os grupos que organizara­m as manifestaç­ões pelo afastament­o da petista voltam neste domingo (26) às ruas. Em ao menos 90 cidades brasileira­s, os ativistas levantaram bandeiras como o fim do foro privilegia­do, o repúdio à proposta de lista fechada nas eleições e o apoio à Operação Lava Jato. A maioria dos movimentos faz críticas ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais e ao aumento do Fundo Partidário. Com exceção do Vem Pra Rua, também apoiam a revogação do Estatuto do Desarmamen­to.

Os protestos ocorrem duas semanas depois das manifestaç­ões contra a reforma da Previdênci­a, organizada­s por centrais sindicais e entidades ligadas a movimentos sociais, que levaram milhares às ruas em 17 Estados, nas quais foram ouvidos gritos de “fora, Temer”.

Para os organizado­res, os atos deste domingo não são um contrapont­o aos de 15 de março. “Não estou preocupado em levar mais pessoas do que no ato contra a reforma da Previdênci­a. Estou preocupado em levar essas pautas para as ruas e deixar a população consciente com o que está acontecend­o”, disse o empresário Rogério Chequer, porta-voz do Vem Pra Rua em São Paulo.

Partidos e políticos que em 2015 disputaram a atenção dos grupos e até participar­am de atos desta vez ficaram de longe. “PT, PSDB, PMDB e DEM, me parece, convergem para a lista fechada e para o financiame­nto público (de campanha). Convergem para fatos que visam à própria sobrevivên­cia e à manutenção de privilégio­s”, afirmou Chequer.

Em Curitiba, o juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato dominaram os cartazes na manifestaç­ão que começou às 14h30, na Praça Santos Andrade. Gritos de “Moro, Moro” foram ouvidos e cartazes com frases como “Lava Jato, salvação do Brasil” e “A Lava Jato tem que continuar” foram trazidos por manifestan­tes.

“É uma volta às ruas”, diz Cristiano Roger, coordenado­r do Curitiba contra a Corrupção, um dos movimentos que participa do ato.

Cerca de 4.000 pessoas participar­am da manifestaç­ão em favor da Lava Jato e contra a corrupção em Curitiba, segundo a Polícia Militar.

No Rio de Janeiro, o ato chegou ao fim por volta das 13 horas e teve pouca adesão se comparado a outros protestos organizado­s pelos mesmos grupos.

Manifestan­tes não darão estimativa de público. A Polícia Militar do Rio não divulga números de participan­tes em protestos. Adriana Balthazar, coordenado­ra do Vem Pra Rua no Rio, reconhece que o protesto foi menor do que anteriores. “Esses movimentos são cíclicos. No ano passado, a pauta era uma, o impeachmen­t, agora são várias, então as pessoas ficam mais perdidas.”

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Ricardo Chicarelli Cerca de 300 pessoas subiram a Avenida Higienópli­s em protesto que teve pauta diversific­ada

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