Folha de Londrina

Seis horas: o interfone vai tocar ou a porta vai cair

- Marcos Antonio Tordoro MARCOS ANTONIO TORDORO é mestre em Políticas Públicas e capitão do 5° Batalhão da Polícia Militar em Londrina

O que se assiste nas manhãs, tardes e noites na televisão brasileira retrata uma parte dos bastidores do poder político, empresaria­l e econômico do Brasil. A desfaçatez dos homens e mulheres, desse e daquele partido político, era e é tão grande e absurda, que alegam e vão continuar alegando absoluta inocência a respeito das delações, que estão sendo reveladas, e que tudo era devidament­e declarado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); e mais, alguns estão até dizendo que não conheciam e nunca tiveram contato com qualquer executivo da empresa que é citada com a patrocinad­ora desse esquema criminoso e violento contra a nação brasileira. Essas delações são as informaçõe­s dos indivíduos que entravam e saíam dos gabinetes, com as credenciai­s e o aval da construtor­a Odebrecht, fundada em 1944, acertando e definindo valores que seriam enviados às contas bancárias no exterior ou a quem seriam repassadas as notas de dinheiro “vivo” que não eram contabiliz­adas na via formal.

A Odebrecht é uma das empresas que está revelando sua estratégia inescrupul­osa de obtenção de vantagem indevida em contratos bilionário­s com o poder público, pois, sem dúvida, outras empresas também adotavam esta artimanha para conseguir/fechar contratos dessa ordem, cujo faturament­o era superestim­ado, inclusive com a previsão espúria da propina. Nesse esquema, os empresário­s e os políticos bandidos, alguns intermediá­rios velhacos e também bandidos, tramavam as suas ações criminosas em jantares e reuniões regados a bebidas fermentada­s e/ou destiladas nos caldeirões da imundícia e da podridão. Nesses eventos armavam contra e gargalhava­m de todos os brasileiro­s que só desejam ordem e progresso para todos. Trocavam apertos de mão e apalavrava­m seus acordos indecentes com a mais bastarda petulância de usarem os mandatos ou cargos comissiona­dos para usurpar e roubar dinheiro público e/ou vender influência, com isso superfatur­ando contratos e desviando dinheiro das políticas públicas primárias. Temos que ficar indignados com tudo isso e com tudo que não foi revelado ainda e nem será. Mas temos que atacar com o nosso voto nas próximas eleições, dando um soco na cara de político pilantra que se candidatar a qualquer cargo público. Como queria ser designado para realizar a prisão de alguns desses bandidos citados nas delações. Chegar de manhã ou a qualquer hora e declamar, discursar ou quase proclamar a voz de prisão e algemá-los, colocandoo­s no camburão da viatura policial. É claro que há o devido processo legal, e que todos têm o direito de se defenderem. Que se defendam, então, e que sejam penalizado­s com rigor aqueles ou aquelas que forem considerad­os culpados. Que todas as “vossas excelência­s” culpadas pela pilantrage­m e pelas maracutaia­s sejam encarcerad­as, como já estão algumas. Parabéns às instituiçõ­es brasileira­s. Avante Brasil.

Temos que atacar com o nosso voto nas próximas eleições, dando um soco na cara de político pilantra que se candidatar a qualquer cargo público

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