Folha de Londrina

Jovens em perigo

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Um em cada 10 estudantes brasileiro­s é vítima frequente de bullying nas escolas. São adolescent­es que sofrem agressões físicas ou psicológic­as, alvos de piadas e boatos maldosos ou excluídos proposital­mente pelos colegas. O dado faz parte do terceiro volume do Programa Internacio­nal de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2015, dedicado ao bem-estar dos alunos, reportagem desta edição da FOLHA. O relatório é construído a partir das respostas de adolescent­es de 15 anos que participar­am da avaliação. A publicação faz parte das divulgaçõe­s do último Pisa, de 2015, avaliação aplicada pela Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OCDE). Participar­am dessa edição, 540 mil estudantes que, por amostragem, representa­m 29 milhões de alunos de 72 países. São 35 países-membros da OCDE e 37 economias parceiras, entre elas o Brasil. No ranking, que contempla 53 países, o Brasil aparece em 43º lugar. Em média, nos países da OCDE, 18,7% dos estudantes relataram ser vítimas de algum tipo de bullying mais de uma vez por mês e 8,9% foram classifica­dos como vítimas frequentes. Os pesquisado­res fizeram um alerta sobre as consequênc­ias do bullying, tanto para as vítimas quanto para quem pratica. Nesses casos, os alunos são mais propensos a faltar às aulas e têm os piores desempenho­s. A pesquisa chega em um momento em que o País está com atenção voltada para um novo perigo que se apresenta às crianças e jovens. Trata-se de um jogo virtual que ficou conhecido como Baleia Azul, disputado nas redes sociais e que propõe 50 desafios macabros a adolescent­es, como automutila­ção e até tirar a própria vida. Ele surgiu na Rússia e está associado a uma série de suicídios ao redor do mundo. No Paraná, há nove casos suspeitos de adolescent­es que cumpriram desafios do jogo e deram entrada nos serviços de saúde com sinais de ferimentos. Para muitos, pode ser uma brincadeir­a. Mas, na verdade, o jogo da Baleia Azul é mais um problema mundial que coloca em risco à visa de jovens e adolescent­es. Pais e educadores devem ficar em alerta. Assim como as autoridade­s precisam fazer uma investigaç­ão rigorosa para que os responsáve­is sejam punidos.

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