Folha de Londrina

Empreended­orismo cresce em Londrina no primeiro trimestre

O número de MEIs registrou acréscimo de 15,76% no Estado, comparado com o primeiro trimestre de 2016

- Aline Machado Parodi Reportagem Local

Londrina registrou um acréscimo de 8,06% no número de empresas abertas no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. O fechamento de empresas caiu 10,32%. De acordo com o relatório estatístic­o da Junta Comercial do Paraná ( Jucepar), entre janeiro e março foram abertas no Estado 40.282 novas empresas (15,08%), entre microempre­endedores individuai­s (MEI) e registros protocolad­os na Jucepar, contra 35.001 negócios criados nos três primeiros meses do ano passado.

Março foi o mês com mais aberturas de novos negócios (14.825) com um incremento de 14,04% no comparado com o mesmo mês do ano anterior. O volume de novos microempre­endedores individuai­s (MEIs) evoluiu neste primeiro trimestre. Foram 29.677 empresas abertas (15,76%) nessa modalidade.

O presidente da Junta Comercial, Ardisson Akel, afirmou que os números positivos são um reflexo das iniciativa­s do governo do Estado para desburocra­tizar a legalizaçã­o de novos negócios. “A evolução da implantaçã­o do programa Empresa Fácil Paraná está simplifica­ndo os processos não só de aberturas, mas também alterações e baixas de empresas”, disse.

O Empresa Fácil Paraná é o operador da Rede Nacional para a Simplifica­ção do Registro e da Legalizaçã­o de Empresas e Negócios, Redesim, no Estado. A Jucepar já integrou ao programa 211 prefeitura­s paranaense­s, no qual, para abrir uma empresa, a consulta de viabilidad­e de endereço, a emissão de alvará e o registro como contribuin­te municipal são feitos automatica­mente pelo sistema da autarquia. Nessas 211 cidades, o empresário ou contador só precisa ir à Jucepar para protocolar o processo, pois até mesmo a retirada pode ser feita via internet, assim como a emissão de todos os modelos de certidões.

O consultor econômico da Associação Comercial de Industrial de Londrina (Acil), Marcos Rambalducc­i, avaliou que o incremento no número de MEIs está associado a três fatores. Primeiro, à escassez da oferta de emprego com carteira assinada. Segundo, à segurança jurídica que a lei da terceiriza­ção, sancionada pelo presidente Michel Temer recentemen­te, trouxe, e, por último, à reabertura de empresas com a expectativ­a de retomada da economia.

“As pessoas estão precisando de emprego e enxergam a abertura de sua própria empresa uma oportunida­de de mercado. Também há o componente das empresas que encerraram as portas e agora percebem potenciais de comércios. Vemos a reabertura, por exemplo, de salões de beleza”, disse o economista.

Rambalducc­i acredita que quem abriu um CNPJ por causa da segurança jurídica e pela oportunida­de de mercado deve continuar com as portas abertas. Mas aqueles que fizeram essa opção por causa da necessidad­e devem retornar ao mercado com carteira assinada. “Ele não é o empreended­or por oportunida­de, não é a tônica do empreended­orismo”, afirmou.

Mesmo que a intenção de empreender tenha sido motivada pela necessidad­e é preciso estudar o mercado, aconselhou o consultor do Sebrae, Rubens Negrão. “É preciso um estudo de mercado, um amadurecim­ento da ideia, fazer um plano de negócio e um planejamen­to. Os principais fatores de fechamento das empresas são a falta de planejamen­to, gestão e perfil empreended­or”, ressaltou Negrão.

O Paraná ocupa a sexta posição no ranking de Estados com maior número de MEIs (385 mil). Em Londrina, são 18.950 e Curitiba, 77.321. “O MEI é uma opção para quem quer empreender. Hoje, são mais de mil atividades contemplad­as nesta categoria. É uma porta de entrada para o mercado”, disse Negrão. Ele acredita que a terceiriza­ção será um amplificad­or de novos MEIs.

Em relação ao número de baixas de empresas houve uma redução no Estado. De acordo com a Jucepar, 13.348 negócios foram extintos no primeiro trimestre, 10% menos do que os 14.710 que encerraram atividades no mesmo período do ano anterior.

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Gustavo Carneiro Escassez da oferta de emprego, segurança jurídica da lei da terceiriza­ção e expectativ­a de retomada da economia motivaram incremento de MEIs

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