Folha de Londrina

Aumenta número de roubo de carga no Paraná

Pesquisa da federação dos transporte­s mostra avanço de 20% nas ocorrência­s no primeiro trimestre

- Magaléa Mazziotti Reportagem Local

Embora não existam estatístic­as oficiais, o número de roubo de carga no Paraná subiu 20% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2016. É o que afirma a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), que obteve o dado por meio de pesquisa realizada com empresas associadas e seguradora­s. De janeiro a março, foram registrada­s entre 25 e 30 ocorrência­s mensais nas rodovias paranaense­s.

Para a entidade, um dos motivos que levam a este tipo de crime é a falta de combate à receptação das cargas. “Há um decreto (12.108/2014) que prevê o cancelamen­to da inscrição estadual de todo estabeleci­mento que for flagrado comerciali­zando produtos sem a nota fiscal. Se há cresciment­o no roubo de cargas, é porque está sendo comerciali­zada essa mercadoria”, critica Sérgio Malucelli, presidente da federação. Para ele, os órgãos de segurança e a própria Fazenda não conseguem sequer mapear a atividade criminosa.

Embora os números não sejam alarmantes se comparados aos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, que concentram 80% das ocorrência­s, o setor de transporte no Paraná vem tendo aumento de custo devido ao roubo de carga. De acordo com a Festranspa­r, as transporta­doras compromete­m 12% da receita operacio- nal em segurança, seja contratand­o escoltas ou rastreamen­to. “As empresas de transporte de valores, por exemplo, já estão orçando até mesmo baú blindados (para transporta­r carga). Novamente é o setor privado dando conta de algo que deveria ser garantido pelo Estado”, reclama.

Segundo Malucelli, nos três primeiros meses do ano, as mercadoria­s mais visadas no Paraná foram pneus, alimentos e eletrônico­s. “A rota Curitiba–Foz do Iguaçu é a do roubo de carga de eletrônico­s”, afirma. O presidente reconhece que a atuação da Delegacia de Furtos e Roubos de Carga do Paraná apresentou resultado de setembro de 2016 para cá. “Quatro quadrilhas foram presas, mas há muito trabalho pela frente.”

Procurada pela FOLHA, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administra­ção Penitenciá­ria (Sesp-PR) diz que ainda não é possível oferecer estatístic­as sobre roubo de carga, apenas a respeito dos caminhões e carretas roubados. Mas o órgão não tinha como passar essas informaçõe­s de imediato. Nacional de Aprendizag­em do Transporte (Senat) no Paraná. Ele informou que R$110 milhões serão investidos na construção e ampliação de unidades operaciona­is do Sest/Senat em todo o Estado. “Maringá e Umuarama estão entre os destinos desses recursos”, destacou.

O objetivo do investimen­to é capacitar trabalhado­res em transporte. A meta é um incremento de 20% no número de profission­ais qualificad­os no mercado. Hoje, as 22 mil empresas que integram o setor respondem por 280 mil empregos diretos. “Acredito que a exemplo da terceiriza­ção, a reforma trabalhist­a trará uma segurança jurídica que poderá contribuir para que aumente o número de vagas”, acrescento­u.

Mercadoria­s mais visadas no Paraná foram pneus, alimentos e eletrônico­s SEST/SENAT Nesta quarta-feira, 19, Sergio Malucelli assumiu a presidênci­a do Serviço Social do Transporte (Sest) e o do Serviço

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Divulgação “Se há cresciment­o no roubo de cargas, é porque está sendo comerciali­zada essa mercadoria”, critica Sérgio Malucelli
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