Tubarão abandonado
Queda na média de público deste ano chega a 86% em relação a 2014, quando o Tubarão foi campeão paranaense
Apesar da briga pelo título, média de público nos jogos do Londrina no Campeonato Paranaense vem despencando. Neste Estadual, são apenas 1.396 pagantes por partida. Há três anos, quando foi campeão, o Tubarão atraiu 7.827 torcedores por jogo. A arrecadação total teve queda de 86%
Não contramão das conquistas dentro de campo das últimas temporadas, o número de torcedores vem diminuindo ano após ano nos jogos do Londrina. A prova mais concreta desta realidade é no atual Campeonato Paranaense, em que o LEC tem uma média de apenas 1.396 pagantes por partida, somente a sétima melhor entre os 12 participantes.
Levantamento realizado pela FOLHA nas últimas quatro edições do Estadual mostra também o quanto o clube deixou de arrecadar em razão da baixa presença de público nos estádios da cidade. Em 2014, por exemplo, ano em que o LEC foi campeão, a arrecadação total foi de R$ 1.666.910,00 contra somente R$ 222.044,00 nos sete jogos disputados como mandante até aqui nesta temporada. Uma queda de 86%.
“Se você me perguntar o que o Londrina tem que fazer mais em campo para atrair o torcedor eu não sei. Se nós dependêssemos do torcedor neste Paranaense, teríamos caído para a segunda divisão”, criticou o técnico Claudio Tencati, após o confronto contra o Rio Branco, pelas quartas de final, em jogo que levou apenas 1.237 pagantes ao Café.
Desde a conquista estadual, há três anos, os públicos vêm diminuindo. Nos nove jogos que fez em casa em 2014, a média do público pagante foi de 7.827 torcedores por partida, o que gerou uma arrecadação média de R$ 185.212,00.
No ano seguinte, quando o Tubarão foi até a semifinal, sendo eliminado pelo Coritiba, também foram nove partidas como mandante, incluindo a final do interior diante do Foz do Iguaçu. A média de pagantes foi de 4.055, e a bilheteria, de R$ 82.653,00. Como detalhe, vale ressaltar que o time entrou no Paranaense motivado por, depois de muitos anos, ter um calendário anual completo, já que havia conseguido a vaga para disputar o Brasileiro da Série C.
SEM CASA
Em 2016, o LEC iniciou o Paranaense já de olho na Série B, competição que o clube voltou a disputar depois de 12 anos. Mesmo assim, o número de torcedores diminuiu. Uma das razões pode ter sido a impossibilidade de utilizar o estádio do Café, que ficou fechado no primeiro semestre para a troca do gramado. O Londrina mandou os três primeiros jogos do Estadual no estádio do Pássaros, em Arapongas, e as demais partidas foram disputadas no VGD. O número de pagantes ficou em 2.305 por jogo, e a renda, R$ 56.497,00. O alviceleste caiu nas quartas de final, eliminado pelo Atlético.
Mesmo com a volta do Café, a resposta do torcedor não aconteceu em 2017. No Paranaense deste ano, o Londrina teve os dois piores públicos da era SM Sports, iniciada em 2011. No confronto com o Rio Branco, no dia 15 de fevereiro, foram apenas 986 pagantes, e no duelo com o Cianorte, em 5 de março, pagaram ingresso somente 837 testemunhas.
A média no ano é de 1.396 pagantes, o que garante ao Tubarão a pior média de ocupação do Estadual, com a torcida ocupando apenas 4% das arquibancadas do Café. A arrecadação por jogo é de R$ 31.720,00. A média do Paranaense em 2017 é de 3.083 pagantes e o Atlético lidera o ranking, com 11.202 torcedores.
FATORES
Vários fatores podem ter colaborado para o desinteresse do torcedor em relação ao time. Desde a crise econômica nacional, a baixa qualidade do futebol apresentado e até o distanciamento do clube dos seus torcedores. “Acredito que o primeiro motivo é a crise financeira do País. E o próprio campeonato, que há uma semana para o Atlético não valia nada e agora passou a valer. Tudo isso desmotiva o torcedor, mas acredito que agora ele vai comparecer e nos apoiar”, afirmou o gestor alviceleste, Sérgio Malucelli. A direção do Londrina espera 15 mil torcedores no jogo de domingo.