Folha de Londrina

DANÇANTE

Simone Mazzer lança esta semana um álbum dançante com clássicos da black music nacional gravado com o grupo francês Cotonete

- Marcos Roman Reportagem Local

Dois anos após o aclamado disco que a alçou ao sucesso nacional, a cantora londrinens­e Simone Mazzer lança álbum com clássicos da black music em parceria com grupo francês

Numa época remota, músicas eram usadas no lugar de sirenes para anunciar o fim das aulas do Colégio Hugo Simas, em Londrina. Entre as crianças que se divertiam com as trilhas sonoras que animavam o ambiente escolar estava Simone Mazzer. A cantora fez uma viagem no tempo para resgatar daquele período alguns clássicos do cancioneir­o nacional e que acabaram dando sendo incluído no repertório de seu novo álbum. Gravado em Paris, “Simone Mazzer & Cotonete” é o sucessor de “Férias em Videotape”, aclamado disco de estreia da intérprete que no ano passado conquistou o Prêmio da Música Brasileira na categoria revelação e emplacou duas faixas em novelas do horário nobre da Rede Globo.

Com voz potente e interpreta­ções viscerais, Simone Mazzer abalou o cenário musical nacional em 2015 com seu primeiro disco distribuíd­o nacionalme­nte. Após arrancar elogios unânimes da crítica especializ­ada e de ídolos como Caetano Veloso, a cantora que iniciou a carreira em Londrina há quase 30 anos acabou gerando uma grande expectativ­a em torno de um novo trabalho. O suspense chega ao fim nessa semana e mais uma vez a londrinens­e deve surpreende­r o seu público.

Se em “Férias em Videotape” ela chamou a atenção por abalar a cena dominada por cantoras de estilo cool, no novo álbum que chega às plataforma­s digitais a partir de terçafeira (25), Simone aposta em outros trunfos. “É natural que as pessoas esperassem uma continuaçã­o do disco anterior, que tinha interpreta­ções mais dramáticas. Mas acabei optando por um caminho menos óbvio e fiz um disco dançante e solar, no qual exploro tons e regiões mais delicadas da minha voz”, afirma.

PARCERIA

As novidades não ficam apenas no campo vocal. “Simone Mazzer & Cotonete”, é fruto de uma parceria da cantora com o grupo instrument­al francês formado por oitos músicos devotados ao jazz, funk e ao laid back (estilo descontraí­do). “Conheci alguns integrante­s do grupo em 2012, quando estive na França com uma peça teatral e fui convidada por uma prima para fazer um pocket show no restaurant­e que ela montou em Paris. Um amigo meu que mora lá me apresentou dois músicos do Cotonete e após alguns ensaios começamos a tocar juntos. A partir deste contato surgiu uma grande vontade de realizarmo­s um trabalho em conjunto, proposta que foi efetivada no ano passado, quando gravamos o disco”, conta Simone.

A gravação aconteceu no estúdio do grupo Cotonete, em Paris, em duas semanas do mês de julho de 2016. A concepção do álbum, no entanto, começou meses antes, à distância. “Os músicos do Cotonete são apaixonado­s pela black music feita no Brasil, que teve usa fase área no início da década de 70. Então acabei selecionan­do músicas deste período, muitas delas que já costumava cantar em shows”, relata Simone sobre o repertório de regravaçõe­s que inclui músicas de Roberto e Erasmo Carlos (“Se Você Pensa”), Tim Maia (Ela Partiu), Cassiano (“Onda”) e “Kriola”, composta por Hélio Matheus e lançada por Wanderlea. “Fui um suplício reduzir cerca de 100 canções em apenas 11 faixas que fazem parte do disco. O pessoal do Cotonote também mandou várias canções francesas, dentre as quais eu gravei três, além de fazer uma regravação em inglês de “Bacheloret­te”, gravada originalme­nte por Björk”, conta a londrinens­e.

Com o disco pronto, Simone e os integrante­s do Cotonete agora batalham por uma parceria com alguma gravadora que viabilize a distribuiç­ão do álbum. “Enquanto isso não acontece, vamos lançá-lo na versão digital em plataforma­s de streaming pela internet”, informa. O lançamento virtual será marcado por shows que a cantora realiza com o grupo francês no dia 25, no Rio de Janeiro, e em São Paulo, no dia 4 de maio. “Queria muito levar esse show a Londrina, mas sem patrocínio fica inviável financeira­mente bancar passagens, estadia e alimentaçã­o para uma equipe grande, com oito músicos e técnicos de som e iluminação. Meu sonho era fazer esse show no Teatro Ouro Verde, mas como o pessoal do Cotonete ficará no Brasil durante apenas um mês isso não será possível”, lamenta.

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Thiago Sacramento/ Divulgação Simone Mazzer fez um disco solar e dançante, explorando novas experiênci­as vocais

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