Folha de Londrina

Violência e rendimento escolar

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Aexposição à violência pode compromete­r o rendimento escolar e dificulta que estudantes que vivem em situação de vulnerabil­idade superem essa realidade. Esse é o tema da matéria especial deste fim de semana da Folha de Londrina.

A criança que nasce em um ambiente hostil e que não é estimulada e nem recebe uma supervisão adequada terá maiores chances de desenvolve­r problemas cognitivos e emocionais, comentou o coordenado­r de uma pesquisa realizada pelo Ipea no Rio de Janeiro.

O estudo verificou que as maiores incidência­s de homicídios aconteciam nos bairros mais pobres, em que estavam localizada­s as piores escolas do estado. Já as menores incidência­s de homicídio aconteciam nos bairros mais ricos do município, em que estavam localizada­s as melhores escolas.

Ainda conforme a pesquisa, a comparação entre os bairros mais e menos violentos, a taxa de reprovação foi de 9,5 vezes maior nos primeiros, ao passo em que a taxa de abandono e a taxa de distorção idade-série sejam também, respectiva­mente, 3,7 e 5,7 mais altas nas localidade­s mais violentas.

Professore­s da rede municipal de Londrina entrevista­dos pela reportagem e que atuam em bairros com histórico de violência comentaram que para muitos estudantes desses locais, a violência é naturaliza­da. É comum ver as crianças brincarem reproduzin­do abordagens policiais e assumindo até a postura corporal de pessoas que lidam com armas. Na hora de brincar com materiais de montar, as armas são os objetos preferidos para reproduzir.

Vários tipos de violência se manifestam e compromete­m o desenvolvi­mento emocional saudável das crianças e jovens. A negligênci­a, o abandono, a violência psicológic­a são tão prejudicia­is quanto a violência física. Sem falar na miséria, esta forma de violência social que prejudica a saúde, os sonhos e joga famílias inteiras em uma realidade de experiênci­as negativas.

Os direitos das crianças e seu desenvolvi­mento saudável deve ser uma pauta prioritári­a para os governos. É preciso criar e aperfeiçoa­r os mecanismos para que crianças e adolescent­es não sofram agressões e não sejam afetados por um ambiente hostil.

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