Folha de Londrina

Após vídeo, Randolfe e Requião batem boca pelas redes

- Erich Decat Agência Estado

- O relator do projeto de abuso de autoridade no Senado, Roberto Requião (PMDB-PR), e o líder da Rede Sustentabi­lidade na Casa, Randolfe Rodrigues (AP), bateram boca pelas redes sociais nesta sexta-feira (21) após divulgação de vídeo postado pelo senador do Amapá contra o relatório da proposta.

Na gravação, realizada com a participaç­ão dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Reguffe (sem partido-DF), Randolfe afirma que a aprovação do projeto poderá prejudicar as investigaç­ões no âmbito da Lava Jato. “Se for aprovado o substituti­vo do senador Requião, estão comprometi­das as ações futuras da magistratu­ra, do Ministério Público, do próprio futuro de Operações como a Lava Jato, que tem sido um marco no combate à corrupção neste País”, afirma Randolfe nas imagens postadas em perfil do Twitter.

“Só faltaram colocar no último artigo: essa lei entra em vigor a partir do início da Operação Lava Jato. Não podemos deixar que isso passe”, afirma Cristovam. Já Reguffe faz uma apelo para que a sociedade se mobilize contra a votação da proposta. “Esse projeto de abuso de autoridade mais parece um projeto para proteger algumas autoridade­s”, afirma o senador.

Após as declaraçõe­s serem postadas nas redes sociais, Requião e Randolfe deram início ao bate-boca com o primeiro postando: “Vídeos com jograis, sem conteúdo, oportunist­as, desqualifi­cando trabalho sério a favor dos direitos do cidadão. Molecagem!” O senador amapaense respondeu: “Respeite!! Você e seus capangas não me intimidam”.

O projeto de abuso de autoridade consta na pauta da Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) do Senado da próxima quarta-feira (26). Caso seja votado, o texto segue para discussão no plenário da Casa. O texto abrange os crimes de abuso cometidos por agentes públicos incluindo militares, servidores públicos e pessoas a eles equiparada­s, além de integrante­s do Ministério Público e dos Poderes Judiciário e Legislativ­o de todas as esferas da administra­ção pública: federal, estadual, distrital e municipal.

Apesar de ter acatado parcialmen­te a proposta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em novo relatório Requião não aceitou modificar o trecho que trata de supostas interpreta­ções equivocada­s da lei, considerad­o o mais polêmico. Requião avaliou como “inconsiste­ntes” as mudanças propostas pela PGR.

No projeto apresentad­o ao Senado pela PGR, fica estabeleci­do que “não configura abuso de autoridade a divergênci­a na interpreta­ção de lei ou na avaliação de fatos e provas, desde que fundamenta­das”. Para Requião, a expressão “desde que fundamenta­da” não foi bem colocada.

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