Folha de Londrina

Praça é homenagem ao Dia do Trabalho

- (V.O.)

Quando foi inaugurada, a Concha Acústica contava com uma placa onde se lia: “Concha Acústica. Homenagem da Prefeitura ao Trabalhado­r de Londrina. 1º de maio de 1957”. Infelizmen­te essa placa original foi furtada no início deste século. Mas o espaço sempre foi marcado por protestos de trabalhado­res em busca de melhores condições salariais e de ambiente de trabalho. João Antônio da Silva Neto foi diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina e Região nos anos 80 e relembra de um episódio curioso em que a Concha Acústica já teve um telefone fixo, mas não um telefone público. “Era um telefone fixo comum, para que os trabalhado­res que estavam em assembleia no local pudessem conversar com participan­tes de outras assembleia­s em outras regiões do Brasil”, destaca. O ano era 1989 e os manifestan­tes precisavam de informaçõe­s de centros maiores. “As greves eram bem curtas e as coisas se resolviam com rapidez. Como não havia aparato eletrônico para o atendiment­o ao público como existe hoje, como caixas eletrônico­s e aplicativo­s de smartphone­s, quando havia paralisaçã­o dos bancários parava tudo mesmo”, relembra. Com o avanço da tecnologia, a categoria perdeu força. De 6 mil funcionári­os na base, hoje a categoria possui apenas 2 mil funcionári­os.

Ele relembra que as atividades sindicais foram retomadas no fim do regime militar. “Antes disso houve um período em que o sindicato foi administra­do por um intervento­r. As eleições eram feitas de maneira sigilosa e a gente só sabia que existia um sindicato quando ia fazer a rescisão”, destaca. O intervento­r Edson Ribeiro Lopes permaneceu no cargo de 1966 até 1985.

Segundo Neto, todos os anos os bancários tiveram avanços na convenção coletiva. “O resultado é bem significat­ivo. Comparando da época em que entramos e a que temos hoje a evolução é bem significat­iva. O Paraná todo progrediu bastante”, destaca o ex-diretor.

Em 1981, professore­s da rede estadual de educação também marcaram época quando fizeram uma manifestaç­ão por melhores salários que reuniu duas mil pessoas na Concha. Com palavras de ordem como “Ensino na rua, a luta continua” e “Mais educação, menos corrupção”, os professore­s lutavam para aumentar o salário que era de menos de 11 mil cruzeiros na época, o que equivale hoje a um salário de R$ R$ 799,04. O governador na época era Ney Braga. Atualmente o salário base para quem trabalha 40 horas é de R$ 2,8 mil de salário, mais R$ 800 de auxílio-transporte.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil