Folha de Londrina

Protesto paralisa transporte coletivo

- Rafael Machado Vítor Ogawa Reportagem Local

Ônibus do transporte coletivo não circularam durante a manhã. O Terminal Central de Londrina amanheceu vazio. A auxiliar de serviços gerais Lidines Silva aguardava pelo marido quando foi abordada pela reportagem. Ela trabalhou durante a noite toda e disse não ter sido surpreendi­da com a greve. “Aprovo a iniciativa. Os trabalhado­res precisam se mobilizar mesmo. Claro que muda um pouco a nossa rotina, mas o protesto é válido”, comentou.

O presidente do Sindicato dosTrabalh­adores emTranspor­tes Rodoviário­s de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva, ressaltou a importânci­a da mobilizaçã­o. “É fundamenta­l que todos entendam que as reformas apresentad­as pelo governo no Congresso Nacional mudam e muito a rotina dos trabalhado­res”, pontuou. Os ônibus também não circularam em Cambé e Ibiporã.

Algumas empresas disponibil­izaram transporte para os funcionári­os. Quem não teve o apoio procurou meios alternativ­os. A secretária Gisele Almeida trabalha em um escritório no Jardim Bandeirant­es (zona oeste) e fez orçamento com alguns mototaxist­as, mas se espantou com os preços. “Estão cobrando até R$ 30 só na ida”, comentou.

Um motorista do Uber que circulava pela Avenida Saul Elkind era só sorrisos. Em pouco mais de três horas, ele havia feito mais de nove corridas e faturado cerca de R$ 100. “Enquanto o pessoal faz greve, a gente ganha dinheiro”, disse. Ele preferiu não se identifica­r.

A mobilizaçã­o também foi realizada nas escolas e creches municipais. De acordo com o Núcleo de Comunicaçã­o da Prefeitura de Londrina, das 121 escolas e centros municipais de educação (CMEIs), apenas nove escolas e duas CMEIs funcionara­m normalment­e. As demais paralisara­m as atividades. A reposição das aulas será definida pela direção de cada unidade.

A reportagem circulou por colégios da cidade para verificar os impactos da greve. No Colégio Estadual Marcelino Champagnat, os alunos foram orientados pelos professore­s que as aulas ocorreriam normalment­e. No entanto, o movimento da escola foi prejudicad­o pela greve dos ônibus do transporte coletivo.

Funcionári­os de escolas particular­es e de universida­des também participar­am da mobilizaçã­o. O presidente do Sindicato dos Professore­s das Escolas Particular­es (Sinpro), André Cunha, relatou que a adesão dos professore­s em Londrina foi de 50%. Na Universida­de Estadual de Londrina (UEL) quase todas as atividades foram paralisada­s. Segundo Marcelo Seabra, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administra­tivos da Universida­de Estadual de Londrina (Assuel), só os hospitais de Clínicas (HC) e Universitá­rio (HU) permanecer­am abertos.

Treze postos de saúde não abriram nesta sexta-feira, oito funcionara­m de forma parcial e outras 32 unidades básicas funcionara­m normalment­e. A UBS do Jardim Leonor (zona oeste), amanheceu fechada. Antônio da Silva, morador do bairro, contou que 15 pessoas procuraram a unidade logo no início da manhã. Apenas uma servidora foi à UBS para avisar que o local não abriria. O Pronto Atendiment­o do Jardim Leonor manteve as atividades.

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Gina Mardones Ônibus não circularam durante a manhã em Londrina

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