Protesto paralisa transporte coletivo
Ônibus do transporte coletivo não circularam durante a manhã. O Terminal Central de Londrina amanheceu vazio. A auxiliar de serviços gerais Lidines Silva aguardava pelo marido quando foi abordada pela reportagem. Ela trabalhou durante a noite toda e disse não ter sido surpreendida com a greve. “Aprovo a iniciativa. Os trabalhadores precisam se mobilizar mesmo. Claro que muda um pouco a nossa rotina, mas o protesto é válido”, comentou.
O presidente do Sindicato dosTrabalhadores emTransportes Rodoviários de Londrina (Sinttrol), João Batista da Silva, ressaltou a importância da mobilização. “É fundamental que todos entendam que as reformas apresentadas pelo governo no Congresso Nacional mudam e muito a rotina dos trabalhadores”, pontuou. Os ônibus também não circularam em Cambé e Ibiporã.
Algumas empresas disponibilizaram transporte para os funcionários. Quem não teve o apoio procurou meios alternativos. A secretária Gisele Almeida trabalha em um escritório no Jardim Bandeirantes (zona oeste) e fez orçamento com alguns mototaxistas, mas se espantou com os preços. “Estão cobrando até R$ 30 só na ida”, comentou.
Um motorista do Uber que circulava pela Avenida Saul Elkind era só sorrisos. Em pouco mais de três horas, ele havia feito mais de nove corridas e faturado cerca de R$ 100. “Enquanto o pessoal faz greve, a gente ganha dinheiro”, disse. Ele preferiu não se identificar.
A mobilização também foi realizada nas escolas e creches municipais. De acordo com o Núcleo de Comunicação da Prefeitura de Londrina, das 121 escolas e centros municipais de educação (CMEIs), apenas nove escolas e duas CMEIs funcionaram normalmente. As demais paralisaram as atividades. A reposição das aulas será definida pela direção de cada unidade.
A reportagem circulou por colégios da cidade para verificar os impactos da greve. No Colégio Estadual Marcelino Champagnat, os alunos foram orientados pelos professores que as aulas ocorreriam normalmente. No entanto, o movimento da escola foi prejudicado pela greve dos ônibus do transporte coletivo.
Funcionários de escolas particulares e de universidades também participaram da mobilização. O presidente do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro), André Cunha, relatou que a adesão dos professores em Londrina foi de 50%. Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) quase todas as atividades foram paralisadas. Segundo Marcelo Seabra, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da Universidade Estadual de Londrina (Assuel), só os hospitais de Clínicas (HC) e Universitário (HU) permaneceram abertos.
Treze postos de saúde não abriram nesta sexta-feira, oito funcionaram de forma parcial e outras 32 unidades básicas funcionaram normalmente. A UBS do Jardim Leonor (zona oeste), amanheceu fechada. Antônio da Silva, morador do bairro, contou que 15 pessoas procuraram a unidade logo no início da manhã. Apenas uma servidora foi à UBS para avisar que o local não abriria. O Pronto Atendimento do Jardim Leonor manteve as atividades.