Folha de Londrina

Vitória da velha política

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Amanobra cumpriu seu objetivo. A base aliada do presidente Michel Temer se movimentou e conseguiu vitória na CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça) da Câmara, derrubando, por 40 contra 25 votos, o primeiro relatório, de Sergio Zveiter, do PMDB do Rio de Janeiro. O relatório era favorável ao prosseguim­ento da denúncia contra Temer no STF (Supremo Tribunal Federal). E aprovando, por 41 a 24 o segundo relatório, do deputado federal Paulo Abi-Ackel, do PSDB de Minas Gerais, pedindo o arquivamen­to da denúncia. Desde o dia 26 de junho, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a denúncia contra Temer por corrupção passiva, os partidos governista­s fizeram 20 substituiç­ões de deputados titulares e suplentes da CCJ, garantindo votos favoráveis ao peemedebis­ta. Foi uma luta contra o tempo e contra a pressão popular. Para os oposicioni­stas, caso a composição inicial da CCJ fosse mantida, a maioria dos integrante­s votaria pela admissibil­idade do processo no Supremo. E já pensando na votação em plenário, os quatro partidos da base – PMDB, PP, PR e PSD - fecharam apoio à derrubada da denúncia, determinan­do que os 185 deputados de suas bancadas votem a favor do presidente – número que seria suficiente para barrar a abertura de um processo criminal. Temer passou a ser investigad­o a partir das delações premiadas do dono da JBS, Joesley Batista. A CCJ deu vitória a Temer nessa quintafeir­a (13), mas agora a base aliada do governo tem uma batalha maior no plenário da Câmara. É o plenário quem vai decidir sobre o prosseguim­ento do julgamento na Corte superior. Desde que a Lava Jato nasceu, três anos atrás, o brasileiro vem pedindo por mais ética e transparên­cia na gestão pública. Mas o que se vê é a condução da velha política, com o uso de manobras e do toma lá dá cá.

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