Folha de Londrina

Câmara de Londrina aprova projeto que muda zoneamento na zona leste

- Guilherme Marconi Reportagem Local

O projeto de lei que altera o zoneamento do lote da empresa Adama foi aprovado em segundo turno pela Câmara Municipal de Londrina nessa quinta-feira (13). Com a medida - que segue para sanção do prefeito Marcelo Belinati (PP) -, a empresa multinacio­nal do setor de agroquímic­os tem a permissão para mudança de zona industrial 3 para zona industrial 4. As duas galerias da Casa foram ocupadas por quase 200 funcionári­os e apoiadores do projeto, depois de uma hora de discursos favoráveis ao trâmite da matéria, 16 parlamenta­res foram a favor. O vereador Filipe Barros (PRB) não participou porque anunciou estar impedido para votar neste tema por possuir grau de parentesco com um dos gestores da empresa. Outros dois vereadores estavam ausentes: Gerson Araújo (PSDB) e Rony Alves (PTB).

“Os vereadores não são pressionad­os a nada. Aqui lemos os projetos, discutimos as matérias em todas as comissões e em audiências. A empresa tem todas as certifi- cações para funcioname­nto”, disse em plenário o vereador Ailton Nantes (PP).

Para o líder do prefeito na Câmara, vereador Péricles Delirador (PSC), o projeto é fundamenta­l para a economia de Londrina com os planos de expansão da empresa em Londrina que possui 500 funcionári­os. “São questões pontuais que estamos corrigindo em relação a legislação”, disse.

A mudança de zoneamento foi alterada às vésperas do envio do Plano Diretor que terá o cronograma de debates encaminhad­o à Câmara nesta sexta-feira (14) pelo Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano).

O projeto foi discutido em cinco audiências públicas. O gerente jurídico da Adama, Ricardo Barros, explicou que a votação serviu para consertar um equívoco na lei 12.236 de 2015 que alterou o zoneamento dos lotes no Conjunto Eucaliptos (zona leste) que restringia a ampliação das atividades que a empresa já tem licenciame­nto para produzir. “Não temos nada a esconder, só queremos investir na cidade. Qualquer projeto novo que viermos a apresentar passa processo regular de licenciame­nto.”

A empresa promete como contrapart­ida restaurar a barreira verde que separa a área industrial da comercial, produzir um horta comunitári­a e investir em projetos sociais.

CRÍTICAS

Conforme mostrou reportagem da FOLHA na edição dessa quinta-feira (13), especialis­tas em planejamen­to urbano criticaram a alteração no zoneamento. A professora Eliane Tomiasi Paulino, do departamen­to de Geociência­s da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), classifico­u de “retrocesso” a mudança. “Não se pode passar por cima da legislação que foi amplamente estabeleci­da pelo Plano Diretor do município”, lamentou ela. “A mudança pontual por si só não seria um problema, entretanto, quando isso se torna um fato corriqueir­o torna-se temerário e nebuloso, o ambiente urbano tem que ser entendido como um todo”, afirmou o professor de Direito Ambiental e Urbanístic­o da UEL, Miguel Etinger.

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Guilherme Marconi Pela segunda vez na semana, funcionári­os da Adama lotaram as galerias da Câmara para pressionar pela alteração no zoneamento do terreno onde está instalada a empresa

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