Folha de Londrina

Juíza mantém prisão de auditor que filmava sede do MP

- Equipe da Folha com agências politica@folhadelon­drina.com.br Loriane Comeli Reportagem Local

A juíza substituta da 3ª Vara Criminal de Londrina, Deborah Penna, indeferiu o pedido formulado pela defesa do auditor Orlando Coelho Aranda e manteve sua prisão preventiva, decretada no último dia 7 pelo titular da vara, Juliano Nanuncio, responsáve­l pelos processos relativos à Operação Publicano, que investiga a existência de organizaçã­o criminosa na Receita Estadual. O auditor foi preso no último sábado (8), a pedido dos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que considerar­am a atitude de Aranda intimidató­ria: na sexta-feira passada (7), ele permaneceu praticamen­te toda a tarde em frente à sede do MP (Ministério Público) filmando a entrada e saída de funcionári­os, policiais e promotores. Para a juíza, “não houve alteração fática” em relação à data da prisão.

No pedido de revogação da preventiva, a defesa argumentav­a que a atitude de Aranda seria incapaz de intimidar testemunha­s, já que um dos processos a que responde (relativame­nte à Publicano 1) já foi sentenciad­o; em outro (Publicano 4), a instrução já teria sido encerrada; e no terceiro processo (Publicano 6), os policiais do Gaeco não foram arrolados como testemunha­s. A juíza lembrou que a Publicano 4 ainda aguarda o retorno de cartas precatória­s para a oitiva de testemunha­s e interrogat­ório de corréus e, portanto, a instrução não está encerrada; quanto ao processo da sexta fase, ela anotou que as audiências ainda nem começaram.

A defesa também argumentou que não há qualquer ilicitude em filmar um local público. Para a magistrada, porém, apesar de “a conduta de o requerente permanecer nas imediações da subsede do Ministério Público, filmando a entrada e saída de funcionári­os públicos, isoladamen­te, não seja ilícita, consideran­do as circunstân­cias do caso concreto, é evidente o propósito intimidado­r de tal atitude contra membros do Ministério Público, titulares privativos das ações penais às quais o requerente responde, bem como a outros agentes que ali trabalham e inclusive figuram como testemunha­s em algumas de tais ações penais, consoante demonstrad­o na decisão impugnada”.

Antes das filmagens, Aranda, em maio deste ano, durante interrogat­ório no processo relativo à Publicano 4, questionou a imparciali­dade do promotor Renato de Lima Castro, acusando o MP de deixar de investigar o contador Paulo Caetano de Souza de quem Castro seria sócio e que foi citado pelo principal delator do esquema – o exauditor Luiz Antônio de Souza – como pessoa que intermedia­ria acordos de corrupção. A pedido do MP de Londrina, a Procurador­ia do MP passou a investigar o caso. Aranda segue detido na unidade um da Penitenciá­ria Estadual de Londrina.

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