Folha de Londrina

Presidente do TRF diz que caso será julgado antes da eleição

- Felipe Bächtold Estelita Hass Carazzai Folhapress

- O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Thompson Flores, disse nessa quinta-feira (13) que os processos da Lava Jato na corte, incluindo o do ex-presidente Lula, serão julgados antes da eleição de 2018. Os prazos no Tribunal Regional têm importânci­a crucial para a campanha do próximo ano, já que Lula pode ter a candidatur­a a presidente barrada se a sentença que o condenou no primeira grau for confirmada em uma instância superior.

“Entre o processo chegar aqui em agosto [deste ano] e até agosto do ano que vem acho que já deve estar sendo julgado”, disse Thompson Flores à reportagem.

Ele diz que a estimativa é baseada no histórico de outros casos da Lava Jato na corte –um período de dez meses até o caso ficar pronto para julgamento.

Questionad­o, ele disse que a proximidad­e da eleição pode sim influencia­r no trâmite. “Para que o tribunal vai ter um desgaste, imagino eu, de deixar essa indefiniçã­o? Imagino que isso possa ser considerad­o pelo julgador. Mas, pela média dos prazos, eu acredito que isso vai ser observado.”

Ele fez a ressalva de que isso não valeria apenas para o expresiden­te, mas também para outros políticos que vão concorrer.

As defesas ainda podem encaminhar embargos ao juiz Sérgio Moro, ainda na primeira instância. A sentença que condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão foi expedida na quarta (12).

Caso se cumpra a estimativa de Thompson Flores, a apelação de Lula seria julgada mais rapidament­e do que a média.

Os casos da Lava Jato na segunda instância tramitaram, em média, por um ano e quatro meses, após as sentenças de Moro até uma decisão final.

Dessa maneira, o julgamento de Lula em Porto Alegre se estenderia até novembro do próximo ano.

Thompson Flores diz que “sete ou oito” casos de 32 sentenciad­os por Moro já estão prontos para julgamento na segunda instância. “O saldo que falta é muito pequeno.”

PERFIL O presidente do TRF não vai participar de um eventual julgamento de Lula. O caso ficará sob responsabi­lidade da oitava turma do tribunal, composta por três juízes.

No julgamento de segunda instância, não são produzidas novamente provas nem são ouvidas as testemunha­s. Os três juízes analisam as razões de apelação das partes e emitem um voto.

Até agora, o TRF tem mantido a maioria das decisões que Moro expediu na primeira instância. A principal divergênci­a até aqui foi a absolvição do extesourei­ro do PT João Vaccari Neto, em junho.

Para Thompson Flores, os três magistrado­s são “muito experiente­s”, mas nem mais nem menos rigorosos do que Moro. “Já aumentaram penas, mas também já reduziram penas.”

Ao falar sobre a condenação de Lula, o presidente do TRF disse que “ninguém pode comemorar uma prisão de uma pessoa”. “Para a imagem do país isso não é nenhum motivo de alegria.”

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