Um Deus moderno
De David Javerbaum, vencedor de Emmy AwardWinner, o aclamado e premiado “God” fez muito sucesso na Broadway. No Brasil, o espetáculo chega ao público pelas mãos de Miguel Falabella que, além de interpretar o personagem principal, assina a versão brasileira e a direção. A codireção é de Fernanda Chamma. God será apresentado em Londrina nesta sexta-feira (14), às 20h no Teatro Marista. O evento tem apoio do Grupo Folha de Comunicação.
Neste espetáculo, o ‘altíssimo’ vem em uma versão bem moderna, com direito à Bíblia em formato iPad, sabendo tudo sobre corte de gordura trans e glúten, e sem paciência para política. Dentre os mandamentos repaginados estão “Honrarás teus filhos”, “Separar-me-ás do Estado” e “Não me dirás o que devo fazer” – todos peculiarmente muito bem explicados e fundamentados.
Em God, Miguel Falabella e seus dois arcanjos dedicados, Miguel (Magno Bandarz) e Gabriel (Elder Gattely), respondem a algumas das questões mais profundas que têm atormentado a humanidade desde a criação. De uma forma muito particular, o Deus de Falabella vem para arrancar muitas risadas do público e desvendar os maiores segredos do universo ou, pelo menos, do Brasil.
Desde que assistiu a “God” em sua versão original na Broadway, em Nova Iorque, Miguel Falabella soube que precisava trazer o espetáculo para o Brasil. A montagem e os ensaios aconteceram durante um mês, em São Paulo. Nesse período, Falabella se dedicou à grande quantidade de texto do personagem principal, interpretado por ele, e também a todo trabalho corporal desenvolvido por Chamma.
Unindo a codireção à coreografia e movimentação de cena, Chamma dedicou atenção à construção dos personagens Miguel e Gabriel – os anjos que estão ao lado de Deus durante toda a peça. O trabalho corporal, inclusive, é um diferencial na adaptação brasileira. “Quis fazer com que o corpo desses atores se transformasse em símbolos de imagens de anjos. Os detalhes de pescoço, cabeça, mãos e cotovelos tornam-se vivos para poder dar o texto de cada um, ditar os mandamentos e fazer a ponte com o Falabella”, detalha a codiretora.
Já o cenário de Marco Pacheco traz para o palco a atmosfera celestial, com inspiração nos deuses gregos e presença de elementos como o mármore branco e as colunas jônicas. “O principal objetivo era criar uma alusão de Deus descendo do céu à Terra, por isso, a ideia da escada alta com degraus diminuindo de acordo com a altura, para criar uma profundidade. Também criamos um sofá largo e confortável para que ‘Deus’ ficasse à vontade conversando com o público”, explica o cenógrafo.