Folha de Londrina

Esvaziamen­to preocupa gestores de pequenos municípios

Doze das 30 cidades paranaense­s com as maiores projeções de quedas populacion­ais entre 2010 e 2040 estão localizada­s no Vale do Ivaí, no Norte Central, segundo estudo do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvi­mento Econômico e Social). Com menos habit

- Celso Felizardo Reportagem Local

De acordo com estudo divulgado recentemen­te pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvi­mento Econômico e Social), dos 30 municípios paranaense­s com as maiores projeções de quedas populacion­ais entre 2010 e 2040, 12 estão localizado­s no Vale do Ivaí, território localizado no Norte Central. Os dados preocupam os gestores locais. A lista das maiores perdas de população também traz oito municípios do Centro-Sul e cinco do Centro-Oeste. São 25 municípios contíguos que formam uma grande mancha de esvaziamen­to na região central do Estado.

Com menos habitantes, os municípios passam a receber uma fatia menor nos repasses do FPM (Fundo de Participaç­ão dos Municípios), principal fonte de receita das pequenas prefeitura­s. Pela projeção, a população de Grandes Rios deve encolher 40% até 2040, mesma redução registrada por Lidianópol­is. Para Beto Preto (PSD), prefeito de Apucarana e presidente da Amuvi (Associação dos Municípios do Vale do Ivaí), reverter a tendência de perda populacion­al é um desafio para as lideranças locais. “A região tem terra fértil e é muito próspera, com grande potencial de desenvolvi­mento que precisa ser trabalhado”, ressalta.

Beto Preto lembra que os municípios próximos aos grandes centros levam vantagem. “Saindo do eixo Londrina-Maringá, no nosso caso, temos regiões que ainda têm populações muito pobres. Isso é reflexo do que ocorreu na década de 1970, com as geadas”, expõe. O prefeito de Apucarana, que também é vicepresid­ente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), defende o fortalecim­ento da vocação agrícola do interior do Estado, mas indo além. “É preciso trabalhar o valor bruto da produção e transforma­r o produto primário”, analisa.

A mudança no projeto do traçado da Ferrovia NorteSul (que originalme­nte cortaria o centro do Estado, mas foi desviado para o Oeste) foi criticada pelo prefeito. “Perdemos uma grande oportunida­de de trazer desenvolvi­mento para o Centro do Estado, mas ainda assim acredito muito na região, que tem um potencial enorme”, opina. Para ele, uma forma de aumentar a população de forma planejada é investir na agricultur­a familiar. “Não podemos trabalhar só com cultura de extensão, em que muitos recursos vão para poucos.”

Os três municípios com as maiores perdas de moradores estão na região Centro-Oeste. As vizinhas Altamira do Paraná e Nova Cantu devem ter em 2040 metade da população que têm hoje. Já em Janiópolis, a perda será de 47% se as projeções do Ipardes se confirmare­m. A região é que a registra o maior decréscimo, de 13,64%, em 30 anos. Na contramão, Campo Mourão e Terra Boa conseguem aumentar o número de habitantes no mesmo período. Na Região Centro-Sul, Santa Maria do Oeste e Novas Tebas, com queda de 40%, e Mato Rico, de 37,87%, são os municípios que mais devem sofrer com o esvaziamen­to.

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Lis Sayuri/18-3-2015 Pela projeção do Ipardes, a população de Grandes Rios deve encolher 40% até 2040

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