Folha de Londrina

COLUNA DO PVC

Crise no São Paulo tem a ver com decisões que tiram a confiança do elenco

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O São Paulo é o terceiro time paulista, em quatro temporadas, que Dorival Júnior assume na briga contra o descenso. Em 2015, o Santos era 17º colocado. Em 2014, o Palmeiras estava fora, em 16º, mas com o mesmo número de pontos do Criciúma, 17º.

Nos três casos, Dorival tentou manter a estrutura da equipe nos dois primeiros jogos. Não conseguiu por uma posição.

No Palmeiras, Wellington deu lugar a Victorino no segundo jogo. No Santos, 2015, Renato voltou e assumiu a vaga de Paulo Ricardo.

Ontem, Dorival Júnior escalou dez jogadores iguais à estreia contra o Atlético-GO. Trocou somente o lateral direito: saiu Buffarini, para a entrada de Bruno. Deu zero a zero em qualidade... O primeiro tempo em Chapecó mostrou um time mais tranquilo do que quinta-feira, no Morumbi. O compromiss­o era diferente. Quando time grande entra na briga para não cair e a torcida lota o estádio, a tensão se espalha. Parece que dá para pegar o ar com a mão.

Mesmo mais calmo, o São Paulo só levou perigo nas cobranças de faltas de Cueva (veja ilustração). O repertório segue restrito, nada de criativida­de.

Na hora em que Túlio de Melo marcou 1 a 0, aos 18 minutos do segundo tempo, a Chapecoens­e havia finalizado cinco vezes no alvo. O São Paulo, três.

Nove partidas seguidas sem vitória representa­m a segunda maior seca da história tricolor em Brasileiro­s --só 2013 foi pior. Paulo Autuori foi demitido em 2013 em 18º lugar. Tinha acabado de vencer o Náutico, lanterna. Desta vez, o São Paulo só empatou no Morumbi com o Atlético-GO, último colocado. Não há boas notícias. A esperança é jogar três dos próximos quatro jogos no Morumbi. Se você tiver uma faca, poderá cortar o ar, tamanha a tensão. Serão jogos contra Vasco e Grêmio, depois Botafogo no Rio e outra vez como anfitrião contra o Coritiba.

O primeiro turno se fecha em Salvador contra o Bahia.

A outra coisa positiva é a definição do sistema de jogo.

Dorival repetiu a formação com dois volantes lado a lado, Jucilei e Petros, uma linha de três com Wellington Nem, Cueva e Jonatan Gómez, e Lucas Pratto na frente. Tecnicamen­te, os três da armação podem ajudar muito. Mas quase não criam.

Nem Cueva, elogiado antes de sofrer lesão em março. O problema do São Paulo não é falta de talento, assim como não era o técnico Rogério Ceni.

O agravament­o da crise tem a ver com decisões que tiram confiança do elenco. Mudanças constantes, por exemplo.

Rodrigo Caio pode ficar até o final do ano, por compromiss­o. Mas conversa com o Zenit.

Se permanecer, ficará na história pelos títulos ou pelo rebaixamen­to? Se a dúvida nos atordoa, imagine o jogador.

Não, o São Paulo não tem time para ser rebaixado. Pode sair do rebaixamen­to nas próximas cinco rodadas. Também já se falou isto antes sobre times que não deveriam brigar na rabeira se dependesse só da qualidade do elenco.

O Internacio­nal do ano passado. Ou o Palmeiras rebaixado em 2002, com Marcos, Leonardo Moura, Fabiano Eller, Arce, Zinho, Dodô e Nenê, hoje no Vasco.

Sair do rebaixamen­to exige recuperar a tranquilid­ade. Em síntese, é necessário ganhar do Vasco na quarta-feira.

O Palmeiras começou melhor contra o Vitória, sofreu gol em contra-ataque, virou e venceu. Dudu foi o melhor e participou dos quatro gols. Mas falta muito. A decisão de levar a equipe a Atibaia antes da Libertador­es parece correta. Não é garantia. Mas treinos com o time principal são indispensá­veis.

O empate do Santos contra o Vasco por 0 a 0 manteve o time de Levir Culpi em terceiro lugar no Brasileiro. O Flamengo também empatou e está em quarto. Mas parece o mais provável perseguido­r do Corinthian­s. Mesmo com o Grêmio em segundo lugar, agora oito pontos atrás.

O agravament­o da crise no São Paulo tem a ver com decisões que tiram a confiança do elenco”

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