Folha de Londrina

Infraestru­tura no combate ao zika

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Aorganizaç­ão internacio­nal Human Rights Watch fez um sério alerta à sociedade brasileira em relação ao zika vírus. Segundo o relatório divulgado na última quinta-feira, apesar do governo federal ter declarado, em maio, o fim da Emergência em Saúde Pública de Importânci­a Nacional para o vírus, a situação ainda é preocupant­e.

Para a organizaçã­o, os problemas existentes no Brasil há muito tempo e que permitiram a intensific­ação da epidemia de zika ainda não foram solucionad­os. O estudo apontou que as autoridade­s brasileira­s precisam investir em saúde pública.

Os pesquisado­res que elaboraram o relatório, chamado “Esquecidas e desprotegi­das: o impacto do vírus zika nas meninas e mulheres no Nordeste do Brasil”, constatara­m que anos de negligênci­a ajudaram para as condições de água e esgoto permitirem a proliferaç­ão do mosquito Aedes aegypti e a rápida disseminaç­ão do vírus.

A ONG ainda cobra que as mulheres e meninas tenham mais informaçõe­s sobre saúde reprodutiv­a e que as crianças com Síndrome de Zika tenham acesso de longo prazo a serviços que lhes proporcion­em a melhor qualidade de vida possível.

A produção do relatório envolveu a entrevista com 183 pessoas em Pernambuco e Paraíba, estados mais atingidos pelo vírus. Entre os entrevista­dos, estão 98 mulheres e meninas, sendo que 30 delas têm filhos com Síndrome de Zika.

O fim do estado de emergência para o zika ainda não é uma vitória. Os riscos permanecem e a ameaça existe enquanto não diminuir a infestação do mosquito. Os problemas causadores da epidemia ainda existem e a divulgação, também na semana passada, de um estudo da Organizaçã­o Mundial de Saúde vem comprovar o problema.

Segundo a pesquisa, 4 milhões de brasileiro­s não têm banheiro em casa. Condições precárias de vida que colocam em risco a saúde de famílias que vivem nas zonas rural e urbana.

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