Folha de Londrina

Distorções em dose dupla

- WELLINGTON AMARAL SAMPAIO (administra­dor aposentado) – Londrina

Desde meus tempos de grupo escolar, já aprendia que o País, com o montante de dinheiro que arrecada com a infinidade de impostos existentes, seria obrigado a cuidar de três itens chaves da administra­ção federal: educação, saúde e transporte. Porém, com a mania de nomear políticos para cuidar de tais itens, constatamo­s erros e distorções a cada momento. Políticos não se enquadram com trabalho, seu mister é outro muito diferente. Não vamos entrar em outras consideraç­ões, mas qualquer órgão controlado por políticos geralmente está corrompido ou falido. Sem competênci­a gerencial nunca uma empresa alcançará seus objetivos. Nomear políticos e afilhados é colocar “cabritos para vigiar hortas”. Nos últimos tempos, temos convivido com incoerênci­as em série. Os órgãos do governo que deveriam cuidar administra­tivamente estão sendo entregues para terceiros com custos elevadíssi­mos. Na educação, temos a criação e o incentivo aos cursinhos e escolas particular­es para realizar aquilo que o País deixa de fazer. No transporte, é a mesma lenga-lenga: como o dinheiro está sendo desviado para a corrupção, só resta aos mandatário­s entregarem as estradas para as famigerada­s concession­árias de pedágio. Essas concession­árias, além de serem beneficiad­as com rodovias já construída­s, cobram o pedágio mais caro do mundo com o aval do governo e o sacrifício do povo. E nossa saúde, como se encontra? Sucateada e pedindo socorro! Também neste setor o dinheiro sumiu e os caríssimos planos de saúde estão realizando aquilo que seria dever do governo. Estamos convivendo com distorções em dose dupla e incoerênci­as alarmantes. Um final feliz só alcançarem­os com profundas reformas em todos os setores e até mesmo na Constituiç­ão. Nosso bom Deus proteja e salve nosso Brasil.

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