Folha de Londrina

Vitrines na tela

Para especialis­tas, “shoppings virtuais” são uma tendência de mercado, com risco e investimen­to mais baixos para quem quer iniciar no empreended­orismo digital

- Micaela Orikasa Reportagem Local Especialis­ta em marketplac­e em São Paulo, Frederico Flores

Em um clique, dezenas de marcas e produtos à disposição. Se comprar pela internet já caiu no gosto dos brasileiro­s, a ideia agora é reunir diversos produtos e serviços em um único lugar, ou melhor, nos marketplac­es.

Considerad­o um “shopping virtual”, o marketplac­e é um modelo de negócio firmado nos Estados Unidos e que chegou no Brasil com força. “Nos próximos cinco anos, será o maior gerador de receita e tráfego para os e-commerces. Se hoje os marketplac­es representa­m 25% da demanda de tudo que se fatura em comércio eletrônico, em 2022, acredito que chegará a 50%”, aponta o especialis­ta em marketplac­e em São Paulo, Frederico Flores.

O número positivo se deve tanto pelo comportame­nto do consumidor na internet quanto pela consolidaç­ão do empreended­orismo digital. O Atlas E-commerce Radar do primeiro semestre 2017, divulgado pela Ebit – empresa especializ­ada em informaçõe­s de comércio eletrônico -, mostra que com o aumento da penetração de smartphone­s, a parcela de compras por dispositiv­os móveis cresceu de 22% para 31%, entre 2016 e o 1° semestre de 2017.

“O marketplac­e é que vai ditar o mercado e eu não vejo mais um caminho de volta. Para se ter uma ideia, no mercado americano hoje, mais de 70% das vendas da Amazon são originadas de vendas do marketplac­e”, comenta André Ricardo Dias, diretor de operações da Ebit.

No Brasil, o B2W marketplac­e que contempla Americanas.com, Shoptime, Submarino, entre outras marcas, atingiu 2,9 milhões de itens comerciali­zados ao final do primeiro trimestre de 2017, revelando um cresciment­o de 173% em comparação ao mesmo período do ano passado.

De olho nessa tendência, muitas pessoas estão buscando empreender no mercado digital. Os interessad­os podem investir tanto no desenvolvi­mento dessas plataforma­s de e-commerce colaborati­vas quanto conectar seus produtos ou serviços a uma delas.

Segundo Flores, montar um marketplac­e requer um investimen­to muito alto e uma equipe muito experiente para estruturar o projeto. “O risco é maior e envolve muitos recursos, pois é fundamenta­l começar com uma boa base de compradore­s e vendedores. A dica que dou para quem quer entrar nessa área é se especializ­ar, isto é, buscar um nicho”, sustenta.

ALTERNATIV­A Para aqueles que visam um investimen­to inicial mais baixo e com maior segurança no negócio, a sugestão dos especialis­tas é se conectar a um marketplac­e, isto é, iniciar uma loja nessas plataforma­s. O custo reduzido é possível porque o empreended­or

não precisará de uma infraestru­tura online para começar a vender.

“Ele vai utilizar o marketplac­e como uma vitrine, pagando uma comissão somente do produto ou serviço que for vendido”, acrescenta Edmir Viecili Filho, da Tamppa E-commerce Intelligen­ce, em Londrina.

Viecili Filho atua em parceria com Daniel Rigotti e juntos, dão consultori­a para quem deseja lançar-se no comércio eletrônico. De acordo com eles, muitas pessoas iniciam com uma loja virtual e acabam se conectando a um marketplac­e. “Os comerciant­es sabem que a sobrevivên­cia no mercado atual depende de uma atuação virtual. Não tem como ignorar mais isso”, comenta Rigotti.

Um ponto importante que os sócios destacam é escolher bem o canal, se certifican­do que ele tem força e credibilid­ade entre os consumidor­es. “E mesmo estando em um marketplac­e, é preciso gerar confiança. O produto ou serviço devem ser bem apresentad­os e a logística de pagamento e entrega devem funcionar perfeitame­nte”, comenta Filho.

O diretor de operações da Ebit, André Dias, lembra que uma das formas de atrair o consumidor é oferecer frete grátis. Entretanto, muitas lojas têm substituíd­o essa prática em busca de rentabilid­ade, o que de certa forma impacta o consumidor.

“As lojas têm começado a trabalhar com um ‘menu’ de frete. O consumidor pode ter diferentes valores de acordo com os prazos de entrega. Outro recurso que muitos empresário­s estão investindo são os cupons de desconto, mas essa ideia ainda precisa ser melhor desenvolvi­da e esclarecid­a, pois temos visto reclamaçõe­s”, afirma.

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Marcos Zanutto Na avaliação dos sócios Daniel Rigotti e Edmir Viecili Filho, sobrevivên­cia no mercado atual depende de uma atuação virtual
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